Tecnologia, inclusão e ideias colaborativas em prol da qualidade de vida das brasileiras. Essa foi a tônica da segunda edição do Women’s Health Tech Weekend, evento realizado pela UP[W]IT, pela Crossing Connection Health e pelo Merkaz em São Paulo entre os dias 24 e 25 de março.
O fim de semana começou com uma série de palestras sobre temas decisivos na agenda feminina e na construção de uma sociedade mais igualitária: a luta contra a violência, autoestima, envelhecimento saudável e a pequena presença das mulheres nas carreiras ligadas à tecnologia.
Entre o sábado e o domingo, cerca de 200 pessoas passaram pelo clube A Hebraica, sede do evento.
Parte dessa turma se engajou no hackathon, a maratona de programação e desenvolvimento de programas, aplicativos e softwares voltados à saúde feminina. Foram mais de 30 horas destinadas a essa missão. Designers, programadores e outros profissionais e estudantes se dividiram em seis grupos e cada um propôs uma ideia para melhorar ou transformar a vida das mulheres.
Na edição de 2017, o projeto vencedor focava na inclusão digital da população mais velha — situação bem-vinda à autoestima, ao senso de participação e ao acesso à informação na maturidade.
No evento deste ano, os grupos correram contra o tempo para bolar suas propostas, submetidas no domingo à tarde a um júri de especialistas. Os jurados de 2018 foram Priscilla Martins, da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica; Marcia Golfieri, do IBM THINKLab; Claudio Terra, do Hospital Israelita Albert Einstein; Marinalva Cruz, da Secretaria da Pessoa com Deficiência do município de São Paulo; Nina Silva, do Instituto Black Money; e Clarissa Luz, do Elas_inTech.
O projeto ganhador desta edição foi o MiraBot, idealizado por Danielle Santana, Fernanda Teruya, Pricila Damasceno, Jéssica Felix, Lilian Boccio e Tamires Barroso. Trata-se de uma plataforma de prevenção e cuidados em relação à saúde íntima de jovens de 12 a 20 anos.
O MiraBot é uma ferramenta que se vale do chat do Facebook para captar as dúvidas das meninas e interagir com elas criando respostas baseadas em conteúdos confiáveis — originários de sites especializados, por exemplo. Havendo necessidade, a plataforma ainda busca colocar a adolescente em contato com um ginecologista.
O êxito do projeto frente ao júri foi aproximar um público cheio de dúvidas e tabus sobre saúde íntima de informação de qualidade e profissionais capacitados. São orientações fundamentais para evitar situações de risco e prevenir doenças.
Em segundo lugar, ficou o aplicativo Métis, que congrega um fórum de discussão para a comunidade de médicos e outros profissionais de saúde que lidam com doenças raras. O terceiro colocado foi a plataforma Débora Care, que tem o objetivo de promover mudanças de comportamento para resguardar a saúde das mulheres.
Os demais projetos envolveram monitoramento durante o período da menopausa, conexão de vítimas de violência doméstica com psicólogos e outros profissionais de saúde e acolhimento e suporte de mulheres por meio do uso de um diário online.
Os trabalhos premiados ganharão consultorias em negócios, marketing e capacitação profissional para que, em um futuro não tão distante, possam ajudar milhares de brasileiras (e brasileiros).
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