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Maior acelerador de partículas do mundo usará chip feito no Brasil

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Versão final do chip Sampa
(Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

O Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), maior acelerador de partículas do mundo, localizado na Suíça e responsável pela descoberta do Bóson de Higgs, a menor partícula de toda matéria, em 2013, usará um componente feito no Brasil.

O Sampa é um chip feito no Brasil que será utilizado num experimento de colisão de íons dentro do LHC, o chamado experimento “Alice”. O uso do chip foi aprovado por um comitê de cientistas do mundo todo que gerenciam os projetos do LHC.

A aprovação veio após uma série de testes realizados no Brasil, Suécia, França, Rússia, Estados Unidos e Noruega. O chip é fruto de uma parceria entre cientistas da Universidade de São Paulo (USP), vinculados ao Instituto de Física (IF) e à Escola Politécnica (Poli), além de pesquisadores da Unicamp.

O financiamento para a produção do Sampa veio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), mas está apenas no começo. Com a aprovação do chip no LHC, os cientistas brasileiros precisam agora produzir 88 mil unidades dele.

“O projeto é todo brasileiro, com a participação de um cientista norueguês em uma das partes. A propriedade intelectual do chip é nossa”, explicou o professor Marcelo Gameiro Munhoz, líder do projeto no IF, em entrevista ao Jornal da USP.

O chip brasileiro conquistou o comitê do LHC especialmente por conta do seu tamanho. Ele concentra 32 canais em uma área aproximada de 0,82 cm². Além de menor do que o sistema de dois chips usado atualmente no LHC, o Sampa também é mais eficiente.

Nas câmaras em que o Sampa será utilizado dentro do LHC, os cientistas usam, atualmente, um sistema de dois chips, em que um é usado para receber sinais analógicos e o outro os converte em dados digitais. O chip brasileiro é capaz de fazer as duas coisas ao mesmo tempo.

O LHC tem 27 km de circunferência e fica a 175 metros abaixo do solo na divisa entre Suíça e França. O acelerador serve para colidir partículas e permite que mais de 10 mil cientistas do mundo todo estudem o comportamento de partículas subatômicas.

A construção começou em 1998 e só ficou pronto em 2010, pelo custo aproximado de 7,5 bilhões de euros divididos por mais de 100 países. Em 2019, o LHC vai ser paralisado para reformas, quando o chip brasileiro será instalado do acelerador. Ele só volta a funcionar em 2021.

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