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Inmet prevê temporais até a metade do mês de abril
Previsão de meteorologistas é de chuva forte até o fim da primeira quinzena de abril. Nos quatro primeiros dias do mês, precipitações corresponderam à metade do esperado para 30 dias. Descoberto marca 76,4% e Santa Maria atinge 49,8% da capacidade
O guarda-chuva passou a ser o acessório indispensável no dia a dia dos brasilienses. A semana começou, e promete continuar, com fortes chuvas, engarrafamento, alagamentos e picos de queda de energia. Não se iluda: as precipitações não são passageiras. Pelo menos é o que garante o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com os meteorologistas, a capital federal está na rota dos temporais até o fim da primeira quinzena deste mês.
Somente nos quatro primeiros dias de abril choveu o equivalente à metade do previsto para todo o mês, que é de 133 milímetros, de acordo com o Inmet. Já choveu 67,4 milímetros, sendo 48,2 milímetros apenas na terça, quando o temporal que caiu sobre a cidade provocou alagamentos que deixaram motoristas ilhados em várias regiões do DF.
Com tanta chuva, a umidade do ar tem variado entre 50% e 95%, e a temperatura de 18º a 29ºC. A previsão é de que essas médias se mantenham ate sexta-feira, destacam os dados do Inmet.
Transtornos
Em tempo de crise hídrica, a chuva costuma ser bem-vinda pela população, mas, ao mesmo tempo, preocupa pelos transtornos que temporais e enxurradas costumam causar. É o caso do recepcionista Janiel Rodrigues, 28 anos, morador de Águas Claras. Ele trabalha no Plano Piloto e enfrenta os impactos da chuva, principalmente no percurso de ida para o trabalho. Ele, que é usuário do metrô, chegou atrasado ao emprego. “O fluxo de pessoas aumenta, o metrô fica lotado, abafado e é mais lento quando chove. O pior é que, ao chegar ao meu destino, não tenho para onde ir, porque está tudo alagado”, lamenta.
Situação semelhante vive o morador da Estrutural Francisco Daniel Dorotelo, 29. O percurso do seu local de trabalho, no Lago Sul, até sua casa aumentou em aproximadamente uma hora. “O trânsito fica mais lento e desorganizado, além dos acidentes que ocorrem. Não tem jeito. Quando alaga, o bicho pega. Ainda mais porque ando de moto, não tem para onde correr. Tenho que procurar um caminho mais longo ou enfrentar o aguaceiro”, lastima.
A mulher de Francisco, Simone Dorotelo, 30, conta que a maior dificuldade do casal, que tem um filho recém-nascido, é sair de casa. Ela critica o alagamento da Estrutural e a situação sofrida pelos moradores, que ficam ilhados. “A pavimentação não é adequada, e as ruas se transformam em barro. Não precisa nem chover muito forte que tudo fica alagado. Eu fico presa em casa, sem poder sair com a criança, porque é perigoso não conseguir voltar. É uma situação difícil”, desabafa.
Apesar dos inconvenientes, o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal afirmou que não registrou nenhuma ocorrência relevante e a Defesa Civil informou que também não foi acionada para atender desabamentos e alagamentos no DF. O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) garantiu que fez a manutenção de todos os semáforos que pararam de funcionar com as chuvas. A Polícia Militar mencionou que interveio no trânsito de acordo com a necessidade de cada local, mas sem ocorrências.
Cuidados nas pistas
Para evitar transtornos e acidentes durante o período de chuvas, o Corpo de Bombeiros orienta que, em casos de alagamento em área pública, os motoristas devem evitar trafegar nesses locais. “É importante observar se o meio-fio está coberto. Se estiver, o condutor deve procurar outro trajeto ou estacionar em local seguro e aguardar o nível da água diminuir”, orienta o capitão Ronaldo Reis. Se o carro ficar retido em uma área alagada, o capitão aconselha que os ocupantes permaneçam dentro do veículo e acionem o Corpo de Bombeiros pelo 193.
Em casos de grande incidência de raios, é importante que os pedestres evitem locais descampados e procurem abrigo em edificações que possuem para-raios. “É essencial não ir para debaixo de árvores e evitar manusear equipamentos ligados à rede elétrica e ferramentas de metal”, conclui Reis.
Reservatórios
O tempo chuvoso impacta positivamente nos reservatórios que abastecem o Distrito Federal. De acordo com a última medição, divulgada na tarde de ontem pela Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa), a barragem do Descoberto está com 76,4% da capacidade total e a de Santa Maria, com 49,8%.
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