Com a proximidade da reunião entre o presidente norte americano Donald Trump e o ditador norte coreano Kim Jong-un, o Japão tenta impor seus interesses como segunda maior economia da Ásia. Nesta quarta-feira o ministro de Relações Exteriores do Japão, Taro Kono, se encontra com o secretário de Estado, Mike Pompeo, para discutir a reunião entre os dois presidentes. O primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, se encontra com o Trump, ainda esta semana, antes de ambos irem para a cúpula do G7 no Canadá, para acertar também os ponteiros antes do encontro com Kim no dia 12.
Nas últimas semanas, o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e Kim Yong-chol, do alto escalão do governo norte coreano, estiveram em Washington para acertar os trâmites do encontro. Para os japoneses, é interessante cooperar com a desnuclearização da Coreia do Norte, e também entender o que aconteceu com cidadãos japoneses sequestrados pelo regime norte coreano durante os anos 1970 e 1980 — uma promessa de Abe. Em uma ligação, Trump e Abe teriam discutido o objetivo comum de “desmantelar completa e permanentemente os programas nuclear e balístico da Coreia do Norte”. Mas uma eventual união entre as Coreias é vista com reticência pelo governo japonês.
Apesar disso, ainda é incerto a qual nível Kim deseja levar os interesses americanos de desnuclearizar o país. Em declarações recentes ao presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, o mandatário do Norte teria afirmado que está disposto a discutir um projeto de desnuclearização, mas, anteriormente, foi esse assunto que levou ao cancelamento inicial da reunião com Trump. O americano, por sua vez, já afirmou que “há uma chance substancial de que esse assunto não irá dar certo, e tudo bem”.
O medo de Abe, um dos principais apoiadores da maneira Trump de negociar com a Coreia do Norte, aplicando “pressão máxima”, é que a reunião resulte nos norte-coreanos mantendo seus mísseis de curto e médio alcance. O que deixaria o Japão na linha de tiro e seria insuficiente para acabar com as tensões locais. Resta saber se Trump irá carregar a bagagem de outros países em uma reunião tão delicada.
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