A aprovação do Brexit, o desembarque britânico da União Europeia, que levou o então primeiro-ministro David Cameron a renunciar ao cargo logo após o referendo, aponta agora para uma segunda vítima, a atual premiê Theresa May, que tentará aprovar no parlamento um novo acordo para a separação nesta terça-feira, 12.
Em 2016, quando May ascendeu ao posto, o caminho para a consolidação do que foi decidido pelos ingleses através de uma consulta popular parecia menos tortuoso. No calor do momento, a maior parte do Reino Unido, ainda sob os efeitos de uma onda populista, permanecia crendo nos benefícios da separação. Logo após a aprovação do referendo onde cerca de 51% dos consultados optou pela saída, o então líder do parlamento David Cameron ㅡ que propôs a consulta popular mas era contra o divórcio ㅡ renunciou ao cargo.
Cercada de todos os lados, a herdeira da cadeira de Cameron se mantém firme na posição de respeitar a vontade popular de 2016 e buscar o caminho menos dolorido para a adoção do Brexit, que deve ser cumprido até dia 29 de março, segundo determinação da União Europeia. Embora já tenha dito inúmeras vezes que não irá renunciar ao cargo de primeira-ministra, a novela do Brexit parece já ter desbotado o capital político de Theresa May, e poucos arriscam palpitar o que será dela daqui para frente.
Nesta terça-feira, o Parlamento Britânico deverá votar pela aceitação do novo acordo obtido pela líder do parlamento com a União Europeia. Já tendo sido derrotada apresentando texto semelhante ao de hoje, a expectativa é que mais uma vez May fracasse. Se isso acontecer, haverá, ainda, novas votações que podem definir um Brexit sem acordo ou ainda a extensão do prazo para o divórcio (detalhes abaixo).
No limite, pode acontecer até um novo referendo, o que coloca em xeque a soberania popular do Reino Unido.
Você precisa estar logado para postar um comentário Login