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Em artigo em jornal, Bolsonaro diz que Previdência é ‘carro-chefe’

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Presidente assinou texto no ‘Valor Econômico’, onde defende também as reformas tributária e trabalhista para o crescimento do país

Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, durante uma discussão sobre as relações EUA-Brasil na Câmara de Comércio dos EUA em Washington – 18/03/2019 (Mandel Ngan/AFP)

Adepto à comunicação direta pelas redes social, o presidente Jair Bolsonaro assinou um artigo nesta quarta-feira, 20, publicado no jornal Valor Econômico. No texto, o Bolsonaro defende de forma enfática a aprovação da reforma da Previdência, que define como “carro-chefe” de seu governo. “Nela pretendo colocar todo meu esforço para que seja concluída e aprovada o quanto antes”, escreveu.

A proposta de emenda à Constituição (PEC) que muda o sistema previdenciário no país foi entregue há um mês pelo presidente ao Congresso Nacional. De acordo com Bolsonaro, aprovar a nova Previdência significa conquistar “equilíbrio fiscal, investimentos de longo prazo, empregos em diversos setores, mais renda formal e, por consequência, melhoria das condições de vida do povo brasileiro”.

O artigo foi publicado em veículo voltado ao mercado financeiro, e que pertence aos grupos Globo e Folha, dois dos  principais alvos do presidente e de seus filhos nos ataques à imprensa.

Bolsonaro, que nesta quarta se reúne com as Forças Armadas para acertar detalhes finais da proposta que altera as regras de aposentadoria também dessa categoria, vinha sendo cobrado por aliados para trabalhar mais o tema em sua agenda e entrar na “batalha da comunicação”.

De acordo com o presidente, com a aprovação da reforma da Previdência, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil pode chegar a 3,3% em 2023. Nos últimos dois anos, o resultado ficou em 1,1%, após dois anos de recessão.

“O atual sistema de previdência é o ator principal desta telenovela chamada desequilíbrio fiscal, que custa ao país R$ 800 bilhões ao ano. Se mantidas as regras atuais, estarão em risco não apenas as nossas aposentadorias, mas também a dos nossos filhos e netos. Sem a reforma, a saúde econômica se encaminhará rapidamente para a UTI da crise social, já vivida recentemente por muitos países”, escreve no artigo.

O presidente defende que a PEC é “inclusiva e ampla” e que pode por fim “às injustiças históricas”.

Mais medidas

No texto, além de tratar das mudanças nas aposentadorias, o presidente traça um panorama sobre o cenário econômico atual e também cita outras reformas, como a tributária e também mais alterações em leis trabalhistas. Uma reforma foi aprovada pelo governo de seu antecessor, Michel Temer.

“Segundo o IBGE, recebi o país com a economia no mesmo patamar que se apresentava no primeiro semestre de 2012. É bem verdade que já se identificava a retomada do crescimento do PIB ao final de 2017, mas o Brasil ainda lutava abaixo do nível pré-recessão. Nos últimos três anos, a participação da indústria no PIB foi praticamente zero, trazendo como consequência o número de desempregados à cifra de 13,2 milhões. Diante desse cenário, não há opções viáveis para a retomada do crescimento econômico sem a aprovação das reformas mencionadas”, afirma.

Sobre alterações no sistema tributário, Bolsonaro diz que o objetivo é a desburocratização e simplificação da legislação, para “modernizar o sistema e facilitar o ambiente de negócios.”

Sobre leis trabalhistas, o presidente diz que é necessário o estabelecimento de novas regras  para um regime trabalhista eficiente. “Queremos um regime que favoreça tanto ao trabalhador, já tão desgastado pelo relacionamento arcaico entre patrões e empregados, quanto ao empregador, escravo de milhares de leis e impostos”.

Bolsonaro cita ainda esforços para enxugar a máquina pública, como o decreto que corta21 mil cargos comissionados e gratificações e também as privatizações, como o leilão de 12 aeroportos na última semana, que arrecadou 2,37 bilhões de reais.  “É um resultado que nos deixa feliz e sinaliza o grande potencial que o mercado brasileiro tem. Ainda temos muito a avançar até 2022. Outros 44 aeroportos da Infraero serão concedidos à iniciativa privada e, com certeza, isso irá melhorar muito a prestação de serviços para os usuários.”

Fonte Veja

 

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