O grande número de votos nulos, brancos e abstenções chamou a atenção no primeiro turno das eleições. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Sorocaba, por exemplo, os votos nulos subiram 150%. São eleitores que foram às urnas e digitaram números de candidatos que não existem.
Foram 50.574 votos nulos, ou seja 89.156 moradores de Sorocaba não apareceram para votar, 32% a mais que nas últimas eleições municipais. O número de abstenções equivale a como se todos os eleitores de Capela do Alto, Alumínio, Araçariguama e Tapiraí anulassem os votos.
Em Jundiaí, 28.632 eleitores anularam o voto, 60℅ a mais do que nas eleições municipais em 2012. Ou seja, mais de 49 mil pessoas não foram às urnas. A abstenção cresceu 93℅ em relação às ultimas eleições. “Eu acho que aumentou por causa da descrença no sistema político do Brasil. Isso faz com que a gente fique sem opção para votar”, comenta a professora Nara Rejane Melo.
O voto nulo é quando o eleitor vai à urna, digita um número de candidato que não existe e aperta a tecla confirma. Isso significa um voto descartado na eleição, já que a Justiça Eleitoral só considera os votos válidos em que o eleitor digitou o número de um candidato que está na disputa.
Para o cientista político Olavo Furtado, o perfil do eleitor mudou e o voto nulo é um sinal de protesto, da dificuldade de escolher um candidato. “Precisamos de novas lideranças com consistência. Isso [grande número de abstenções] é um recado que as urnas estão passando. Ao mesmo tempo que temos uma forma de manifestação negativa que é o voto branco e nulo, é preciso ter a certeza de que quem votou vai cobrar muito mais”, ressalta Olavo Furtado.
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