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Aceno de paz entre Israel e Hamas preocupa após acordo

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Na segunda-feira, 13, um delicado cessar-fogo em Gaza permitiu a libertação de reféns israelenses e prisioneiros palestinos, marcando o ápice de um processo complexo e difícil.

Porém, no dia seguinte à assinatura do acordo, manifestações de tensão começaram a surgir. Em resposta, Israel retardou a entrada de assistência humanitária e manteve a fronteira fechada, enquanto o Hamas aumentou sua presença em Gaza, demonstrando controle por meio de execuções públicas.

Israel, segundo autoridades, decidiu limitar a ajuda humanitária e adiar a abertura da passagem para o Egito, devido à lentidão do Hamas em entregar os corpos dos reféns mortos. O grupo declarou que localizar esses corpos é um desafio.

Paralelamente, o Hamas retomou rapidamente o controle das ruas de Gaza, após a retirada parcial das tropas israelenses. Um vídeo divulgado mostra os combatentes do Hamas executando homens em praça pública, fato confirmado por fontes internas e pela Reuters.

Ocorreram também confrontos na linha estabelecida pelo cessar-fogo, resultando em mortes de civis palestinos por disparos israelenses, elevando a tensão e colocando em risco a trégua.

Hazem Qassem, porta-voz do Hamas, declarou que os disparos israelenses violam o cessar-fogo, alertando para ameaças ao acordo e pedindo vigilância dos mediadores para assegurar o cumprimento das promessas de paz.

Além disso, há receios de que o Hamas resista ao desarmamento e à renúncia do poder em Gaza, pontos centrais do acordo. Em entrevista, Hazem Qassem ressaltou que soluções para garantir segurança e estabilidade devem respeitar o direito à autodefesa dos palestinos.

Esses aspectos críticos deixam dúvidas sobre a durabilidade do acordo. Questões fundamentais necessitam de negociação constante para evitar a retomada dos conflitos. O processo rumo à paz, estabilidade e reconstrução será longo e desafiador.

Durante uma cúpula no Egito, o presidente Donald Trump celebrou o acordo como um marco importante e o início da recuperação de Gaza, embora reconheça a complexidade do caminho adiante.

Mona Yacoubian, diretora do Programa do Oriente Médio do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, ressaltou o otimismo cauteloso, apontando potenciais riscos de fracasso no processo.

Desafios Pendentes

Muitos detalhes permanecem indefinidos, como o desarmamento do Hamas, retirada das tropas israelenses, formação da nova força de segurança e governança temporária em Gaza. A coordenação internacional será fundamental para garantir a continuidade do cessar-fogo.

Essas dificuldades ocorrem em meio à devastação de Gaza, com milhares de mortos, deslocamentos em massa, sistema de saúde destruído e fome generalizada. Atender às necessidades imediatas simultaneamente com a implementação das estruturas políticas e de segurança é essencial.

Organizações internacionais estimam que a reconstrução de Gaza custará cerca de 70 bilhões de dólares, com participação esperada dos Estados árabes, condicionada a garantias para a independência palestina e a manutenção da paz.

Questões Políticas e Ceticismo

O futuro do Estado palestino permanece incerto, com oposição de Israel à solução de dois Estados, uma proposta ausente no acordo elaborado pelo governo Trump. O envolvimento de figuras internacionais, como Tony Blair, na supervisão do processo também enfrenta resistência.

O primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu reafirma compromisso com o plano, porém mantém a busca pela vitória total contra o Hamas, que continua exercendo controle em Gaza.

Lucy Kurtzer-Ellenbogen, pesquisadora do Instituto do Oriente Médio, descreveu o cessar-fogo como uma pausa frágil, ressaltando a necessidade de firmeza e acompanhamento continuado para evitar o colapso do acordo.

Conclusão

A guerra não terminou, e o caminho rumo à paz exige trabalho árduo e comprometimento dos governos e mediadores. O acordo de cessar-fogo representa um passo importante, porém, diante das complexidades e desconfianças históricas, o processo seguirá repleto de desafios significativos.

Repórter da Associated Press.

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