Economia
Acionistas da Petrobras aprovam balanço de 2015 da empresa
Estatal fechou o ano passado com prejuízo de 34,8 bilhões de reais; registro das perdas foi classificado como “absurdo” por alguns acionistas presentes na assembleia quinta-feira (28/04).
Em assembleia geral ordinária, os acionistas da Petrobras aprovaram quinta-feira as demonstrações financeiras da companhia em 2015. A estatal registrou prejuízo de 34,8 bilhões de reais no último ano por causa de baixas contábeis em seus ativos. O registro das perdas, entretanto, foi classificado como “absurdo” por acionistas presentes na assembleia.
As contas da companhia foram aprovadas por 71% dos acionistas. Cerca de 21% dos acionistas se abstiveram de votar, e outros 8% foram contra as demonstrações financeiras.
As contas foram questionadas por Fernando Siqueira, representante da Associação de Engenheiros da Petrobras (AEPET). Ele considerou o volume de baixas contábeis registrado pela companhia como um “rombo virtual”.Segundo ele, a baixa é maior do que a realizada por outras petroleiras com perdas reais, como a Shell. “É uma baixa absurda e difícil de justificar”, afirmou.
“O mais grave da baixa é que se a Petrobras não pagar dividendos aos acionistas por três anos, e esse já é o segundo ano em que não paga, as ações preferenciais passam a ter voto. Assim, a gestão passa ao controle da iniciativa privada. A maioria dos acionistas preferenciais são estrangeiros. É um risco extremamente alto para o país”, questionou Siqueira.
Em resposta ao questionamento, o presidente da assembleia, Francisco Costa e Silva, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), afirmou que “em hipótese alguma” as ações preferenciais podem ser convertidas em ordinárias.” A lei estabelece que sociedades de economia mista terão sempre o controle da União. Não há hipótese de haver desnacionalização”, reforçou.
O acionista também avalia que a metodologia de baixas contábeis tende a esconder os “graves prejuízos com a venda de ativos a preços irrisórios”. Siqueira questionou a venda de participação na Gaspetro e também na BR Distribuidora, em estudo pelo comando da companhia. “Seria uma nova manobra para fazer a privatização da Petrobras? Os acionistas exigem explicação”, reforçou Siqueira.
Ao afirmar o voto da União, a procuradora federal Maria Tereza Lima destacou apoio às ações judiciais da estatal para reaver prejuízos revelados pela Operação Lava Jato. “A União reitera determinação constante de assembleia de 2015 no sentido que a Petrobras continue a promover medidas jurídicas necessárias para reaver os prejuízos causados por ex-dirigentes e terceiros no âmbito da operação”.
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