Mundo
Acordo para parar a guerra em Gaza: o que sabemos

Israel e Hamas firmaram um entendimento para a primeira fase de um cessar-fogo em Gaza, que inclui a libertação dos reféns israelenses vivos em troca da soltura de aproximadamente 2.000 palestinos após dois anos de conflito.
O Catar, junto com Egito, Estados Unidos e Turquia, atuou como mediador nas negociações e anunciou que foi alcançada a “primeira etapa do acordo de cessar-fogo em Gaza, que resultará no fim da guerra, na liberação dos reféns israelenses e dos prisioneiros palestinos, além da entrada de ajuda humanitária” no território.
O presidente americano, Donald Trump, divulgou em sua rede social que “TODOS os reféns serão libertados em breve e Israel retirará suas tropas para uma linha previamente acordada, como primeiros passos para uma paz forte, duradoura e definitiva”.
A porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian, informou que o cessar-fogo em Gaza terá início “nas próximas 24 horas” após reunião do gabinete de segurança, que começou às 15h GMT (12h de Brasília).
Detalhes do acordo
Segundo uma fonte do Hamas, o acordo prevê a troca de 20 reféns israelenses vivos pela libertação de 2.000 palestinos presos em prisões israelenses, dos quais 250 cumprem prisão perpétua e cerca de 1.700 foram detidos desde 7 de outubro de 2023.
A troca deve acontecer nas primeiras 72 horas após a implementação do cessar-fogo, que recebeu aceite de outras facções palestinas. Trump indicou a segunda-feira como provável data para a soltura dos reféns.
Além disso, o acordo inclui a retirada planejada das tropas israelenses e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, que enfrenta uma situação crítica de fome, segundo a ONU.
Mais de 150 caminhões com suprimentos já saíram do Egito para Gaza, conforme informou o Crescente Vermelho egípcio. Um representante do Hamas calculou que inicialmente pelo menos 400 caminhões diários deverão entrar na região durante os primeiros cinco dias do cessar-fogo.
Também está previsto o retorno das pessoas deslocadas do sul da Faixa de Gaza para a Cidade de Gaza e outras áreas do norte do território.
O Hamas solicitou a Trump que pressione Israel para garantir a plena implementação do acordo conforme o combinado.
Lista dos presos e outros pontos
Um tema importante nas negociações foi a lista dos presos palestinos incluídos na troca. A porta-voz israelense esclareceu que Marwan Barghuti, figura destacada do Fatah, principal facção palestina rival do Hamas, não estará incluído na troca.
Barghuti, que cumpre prisão perpétua em Israel por sua participação em ataques contra israelenses, é muito popular entre os palestinos.
Questões como o desarmamento do Hamas e a formação de uma autoridade transitória para governar Gaza após a guerra, propostas no plano de 20 pontos apresentado por Trump, ainda não foram discutidas no acordo.
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, manifestou esperança de que o acordo sirva para estabelecer um Estado palestino independente, enquanto o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e sua coalizão são contra a solução de dois Estados.
Próximas ações
O acordo será oficialmente assinado nesta quinta-feira no Egito, conforme fonte próxima às negociações.
O gabinete de Netanyahu ressaltou que a liberação dos reféns só será iniciada após aprovação do conselho de ministros. A contagem regressiva de 72 horas para a troca começará apenas após esta aprovação, prevista para a tarde do mesmo dia.
A coalizão de governo israelense, que inclui partidos da extrema direita, é frágil. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, já declarou que não apoiará o acordo.
Além disso, uma fonte do Hamas declarou que as negociações para a segunda etapa do cessar-fogo deverão começar imediatamente após esta fase inicial.

Você precisa estar logado para postar um comentário Login