Frente à possibilidade de crise hídrica, a Adasa (Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do Distrito Federal) decidiu proibir a irrigação de jardins de postos de combustível e o uso de água nas limpezas de para-brisas feitas por frentistas. As novas regras valem a partir desta quarta-feira (21) e foram anunciadas após reunião entre representantes dos estabelecimentos e técnicos da instituição. Pelas medições, a Barragem do Descoberto chegou a 38,14% da capacidade nesta terça e está em estado de alerta. O reservatório de Santa Maria atingiu 49,19% e está em nível de atenção. Juntos, eles atendem 85% de Brasília.
Os postos também terão que trocar maquinário. Atualmente, cada um dos 320 estabelecimento gasta em média mil litros de água por hora, número considerado alto pela Adasa. A agência informou ainda que vai revisar as autorizações de motoristas de caminhões-pipa para a retirada do recurso em córregos que já tenham níveis baixos.
“Em todos os postos do Distrito Federal está proibida a irrigação de qualquer tipo de paisagismo”, disse o presidente do Sindicombustíveis, Daniel Costa. “Estão proibidos também pontos de água dentro da ilha de abastecimento. ou seja, quem vai aí abastecer seu veículo e quer limpar o para-brisas tem que se utilizar o meio ecológico, com produtos químicos e pano. Não pode usar a água em si, para evitar o desperdício deste produto escasso.”
O alerta segue mesmo após a chuva que caiu nesta terça em vários pontos da cidade. Também para evitar o desperdício, uma igreja da Asa Sul decidiu fazer uso racional da água e passou a contar com um poço artesiano. O recurso captado fica em um reservatório de 20 mil litros e serve, por exemplo, para limpar as vidraças.
“A catedral das Assembleias de Deus tem, desde 2008, a autorização da Adasa para ter poço artesiano pra utilização dessa água, que não e potável, para irrigar os seus jardins e para as outras finalidades que não seja para uso humano”, contou o secretário da instituição, Wesley de Souza Oliveira.
Em um condomínio no Guará II, a economia começou pelo banheiro: a administração reduziu pela metade o volume de água das descartas. A pressão da água nas torneiras também ficou menor. “Pela medicação, a gente conseguiu economizar 10%”, conta o síndico, Alex Souza.
“O papel do morador é o principal nessa função de economizar. Se ele puder tomar banhos mais curtos, quando for fazer lavagem de roupa procurar sempre máquina cheia, evitar lavar aos poucos, isso vai e faz uma grande diferença”, completou Souza.
Racionamento
Para evitar escassez em maior proporção, a Caesb já interrompeu sete vezes, em dias consecutivos, o fornecimento de água de forma programada em algumas regiões administrativas. Para esta quarta-feira (21), os cortes previstos são em São Sebastião, Jardim Botânico, Planaltina e Sobradinho (veja abaixo).
Na última sexta, a Adasa informou que o volume de água seria suficiente para garantir o abastecimento por 73 dias caso não chovesse. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê pancadas de chuva até a próxima segunda (26). Segundo o governo, é preciso que chova por um período maior para que os reservatórios sejam recompostos.
A Adasa anunciou ainda que estuda cobrar tarifa extra como forma de reduzir o consumo. A recomendação é que moradores que façam o uso racional da água, principalmente após o retorno do abastecimento, para ajudar na recuperação do sistema. Todas as unidades devem contar com caixa d’água suficiente para garantir o abastecimento por pelo menos 24 horas, diz a companhia, diz a empresa.
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