Advogado do réu preso na CPI do INSS não assina compromisso de dizer a verdade

Nelson Willians, advogado alvo de ação da Polícia Federal por suspeita de envolvimento em fraudes no INSS, recusou-se a assinar um termo comprometendo-se a falar a verdade na CPI que investiga irregularidades no instituto nesta quinta-feira. Seu escritório prestou serviços ao empresário Maurício Camisotti. Durante o depoimento, Willians evitou a maioria das perguntas feitas pelo relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), e declarou que não tem qualquer ligação com as investigações. Em uma das raras respostas, confirmou conhecer Camisotti e confirmou a legitimidade da operação da PF contra as fraudes no INSS.

Ele obteve habeas corpus do ministro Nunes Marques, do STF, garantindo o direito de permanecer em silêncio e se abster de depor, mas foi obrigado a comparecer à sessão da CPI.

Nesta quinta, a CPI do INSS iniciou a oitiva de pessoas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, apontado como peça central nas fraudes. Recentemente, Careca cancelou sua participação na CPI, motivo pelo qual o colegiado aprovou a convocação de familiares e sócios, com aprovação de lideranças governistas e oposicionistas.

Careca e Maurício Camisotti foram presos na última sexta-feira em uma ação determinada pelo STF, no âmbito da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de descontos ilegítimos em benefícios previdenciários. A polícia identificou risco de fuga e tentativas de ocultação de bens.

Devido ao risco de fuga, a CPI já havia solicitado ao STF a prisão preventiva e quebra de sigilos desses e outros investigados. O presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), requisitou à Polícia Legislativa a intimação dos presos dada a dificuldade para localizá-los.

Pessoas testemunhando na CPI

• Tânia Carvalho dos Santos – esposa de Careca
• Romeu Carvalho Antunes – filho de Careca
• Rubens Oliveira Costa – sócio de Careca
• Milton Salvador Júnior – sócio de Careca
• Nelson Willians – advogado alvo da PF