Aeroporto de Munique retoma operações após alerta de drones

O aeroporto de Munique, localizado no sul da Alemanha, voltou a operar os voos de forma gradual neste sábado (4), após ter sido fechado na sexta-feira à noite pelo segundo dia consecutivo devido a um alerta de drones. Esse alerta ocorreu após vários incidentes semelhantes em diferentes países da Europa.

Os países europeus estão em estado de alerta após a Dinamarca e a Noruega terem fechado seus aeroportos na semana passada por causa da detecção de drones na área.

Esses episódios aumentaram a preocupação relacionada ao conflito na Ucrânia, uma vez que, em setembro, a Polônia e a Romênia relataram incursões de drones, e a Estônia declarou que três caças russos violaram seu espaço aéreo.

A Rússia nega qualquer envolvimento, mas a União Europeia sugeriu a criação de uma barreira para impedir a entrada de drones suspeitos.

Na sexta-feira, o aeroporto de Munique anunciou que, a partir das 21h30 (horário local), o tráfego aéreo foi primeiro restringido e posteriormente interrompido por causa da presença de drones, resultando no desvio de 23 voos que chegavam e no cancelamento de 12 voos com destino a Munique.

Ao todo, 46 partidas foram canceladas ou adiadas no sábado, afetando cerca de 6.500 passageiros.

Segundo um porta-voz da polícia, foram confirmados dois avistamentos simultâneos por patrulhas policiais por volta das 23h, nas proximidades das pistas norte e sul do aeroporto.

Os drones se afastaram rapidamente antes que fosse possível identificá-los.

Assim como na noite anterior, o aeroporto, em conjunto com as companhias aéreas, prestou assistências imediatas aos passageiros nos terminais, disponibilizando camas improvisadas, cobertores, bebidas e lanches.

A interrupção inicial, ocorrida na quinta-feira, levou ao cancelamento de mais de 30 voos e deixou aproximadamente 3 mil passageiros retidos no aeroporto.

O incidente começou às 20h30 de quinta-feira, quando a polícia informou sobre drones avistados em áreas próximas ao aeroporto, incluindo as cidades de Freising e Erding. Esta última localidade abriga um campo de aviação utilizado pelas forças armadas alemãs. Reportagens indicam que alguns drones teriam sobrevoado essa área, ainda que a polícia não tenha confirmado essa informação.

Os primeiros drones foram observados perto do perímetro do aeroporto às 21h05 e, cerca de uma hora depois, sobre a área do complexo aeroportuário. O monitoramento continuou até a meia-noite.

Helicópteros policiais foram acionados, mas as autoridades não divulgaram detalhes sobre o tipo ou número de drones envolvidos.

Alerta máximo

Na manhã de sexta-feira, o ministro do Interior da Alemanha, Alexander Dobrindt, afirmou que o primeiro episódio serviu como um alerta em relação à ameaça crescente dos drones.

Dobrindt mencionou que a competição entre a ameaça representada pelos drones e os meios de defesa está se tornando cada vez mais complexa, destacando a necessidade urgente de investimentos e pesquisas em nível nacional e europeu.

O governo alemão planeja aprovar um projeto de lei permitindo que as forças armadas derrubem drones quando necessário.

Os avistamentos na Dinamarca e as recentes incursões aéreas na Estônia e Polônia aumentaram os receios de que o conflito russo-ucraniano possa se expandir para outros países europeus.

Em discurso recente, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, alertou a Europa sobre a intenção de Moscou de intensificar sua ofensiva.

A Alemanha permanece em estado de alerta elevado, após registrar um enxame de drones sobrevoando áreas militares e industriais na semana passada.

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, também destacou a ameaça afirmando que apenas um país representa um risco significativo para a segurança europeia, apontando a Rússia.

Por sua vez, Moscou rejeita qualquer acusação e o presidente russo, Vladimir Putin, acusa a Europa de impulsionar uma reação exagerada para justificar o aumento dos gastos militares.

Os países membros da União Europeia se reuniram em Copenhague para discutir a criação de um sistema de defesa forte contra drones, uma ‘barreira’ que visa impedir ataques e incursões não autorizadas no espaço aéreo europeu.