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Agnelo justifica serviços paralisados

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Agnelo Queiroz

A greve dos garis, iniciada no sábado (8), teve fim na manhã de ontem (11). A categoria voltou ao trabalho após as empresas Sustentare e Valor Ambiental, responsáveis pela coleta de lixo no DF, pagarem os salários e os benefícios dos trabalhadores, que cruzaram os braços por causa do atraso no pagamento. A Sustentare, responsável pela coleta em 17 regiões, informou que os 2.100 garis já receberam o pagamento e voltaram às suas atividades. A Valor Ambiental, que cuida de sete cidades, informou que os 2.700 funcionários já retornaram às suas atividades. Apesar do fim da greve, ainda não deu tempo da categoria recolher todo o lixo acumulado durante os três dias que ficaram parados. As duas empresas estavam aguardando repasse da verba do GDF para pagar os funcionários.

Desde o final do primeiro turno das eleições, em que Agnelo ficou de fora da disputa, ele teve pouquíssimas agendas públicas. Entretanto, os problemas no Distrito Federal só aumentam. Há sete dias, os rodoviários da empresa Pioneira estão de greve por causa do atraso nos salários e mais de 200 mil pessoas estão sendo atingidas diretamente pela paralisação. Ontem, as cooperativas Cootarde e Alternativa também pararam de rodar por causa dos salários atrasados (leia mais na página 4). Na educação, creches públicas não recebem recursos do GDF desde setembro. Segundo o presidente do Conselho de Entidades de Promoção e Assistência Social, Ciro Silvano, a maior parte das 124 entidades representadas pelo órgão tem dívidas a receber. “Temos entidades que não recebem desde maio e temos entidades com atraso um pouco menor, por volta de dois meses”, afirmou. A Secretaria de Educação negou que existam atrasos no pagamento feito às creches.

O trabalho da Casa Santo André também está ameaçado pela falta de pagamentos. A entidade abriga 220 ex-moradores de rua em oito sedes espalhadas pelo DF. Entre os atendidos, estão viciados em drogas e em álcool. Segundo o presidente da entidade, Ribamar Moraes, o pagamento não é depositado desde setembro e a dívida soma R$ 1,8 milhão.

EXPLICAÇÕES DO GDF

Ontem, em entrevista à uma emissora de TV durante uma visita às obras na futura Casa da Mulher Brasileira do DF, o governador Agnelo Queiroz culpou “algumas empresas” por não cumprir os contratos. “É final de ano, término de mandato, e algumas empresas se utilizam disso para tentar não fornecer o serviço. Muitas vezes, é noticiado que isso é um problema do governo, mas não é”, alegou o governador. Questionado sobre as contas atrasadas, Agnelo não quis responder. Em nota, a Secretaria de Comunicação (Secom-DF) informou que o GDF encontra-se dentro do prazo contratual legal (90 dias) para pagar seus fornecedores. A pasta ainda informou que a empresa contratada que paralisar a prestação de serviços dentro do prazo legal poderá ser penalizada, registrada no cadastro de inidônea e não poderá celebrar novos contratos com a Administração Pública.

Segundo a Secom-DF, “O GDF, assim como todos os governos estaduais, está passando por dificuldade financeira momentânea. O governo não vai deixar de honrar o que está nos contratos”. A secretaria informou, também, que Agnelo entregará o governo para o seu sucessor com as contas em dia, com dinheiro em caixa para pagar os funcionários e as despesas iniciais de 2015.

ROLLEMBERG

Em reunião na tarde de ontem, na CLDF, o governador eleito, Rodrigo Rollemberg (PSB), disse que está preocupado com a crise financeira que o governo está passando. “Vejo tudo isso com muita preocupação. São serviços essenciais à população e que não podem parar. Por isso, vim pedir à Câmara que altere o Orçamento de 2015, para assegurar que todos os serviços essenciais sejam mantidos desde o primeiro dia de governo”, afirmou.

Alimentação nos hospitais

A partir de hoje, os acompanhantes dos pacientes de 16 hospitais e cinco Unidades de Pronto Atendimento (UPA) também terão o fornecimento de alimentação suspenso. Segundo nota da Sanoli, responsável pelo fornecimento de alimentação para funcionários, pacientes e acompanhantes, o intuito é tentar manter por mais alguns dias as dietas dos pacientes internados. Os funcionários da rede pública de saúde do DF já estão sem refeição há alguns dias.

A Sanoli esclareceu que até o momento, a Secretaria de Saúde do DF não quitou o pagamento do mês de setembro e um montante devido desde janeiro (referente ao reajuste da data base dos funcionários), o que totaliza hoje cerca de R$ 13,5 milhões vencidos. Adicionando o faturamento do mês de outubro, no valor de R$ 11,5 milhões, mais os onze dias do mês de novembro, cujas despesas já foram efetuadas, chega-se a uma exposição do contrato no valor aproximado de R$ 27,5 milhões.

Devido o montante do débito, a empresa está com dificuldades de manter a reposição dos estoques de gêneros alimentícios e de honrar o pagamento da folha de seus mais de 1.700 funcionários diretamente envolvidos com a SES-DF, bem como os encargos tributários. Assim, dezenas de empregados já cruzaram os braços devido à falta de pagamento. A empresa garantiu que o fornecimento da alimentação adequada para os pacientes continua.

Fonte: Alô

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