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‘Águas de março’ têm redução de 70% no DF, e Inmet emite aviso de baixa umidade
Volume de chuvas até esta quinta correspondia a 30% do total registrado em 2016, no mesmo período. Umidade pode chegar a 25% nesta sexta, nas horas mais quentes.
O volume de chuva registrado no Distrito Federal nos primeiros dias de março deste ano foi cerca de 70% inferior à média do mesmo período de 2016, informou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Entre os dias 1º e 9, choveu apenas 23,6 milímetros. No ano passado, o órgão calculou 82 milímetros nos mesmos dias.
De acordo com a meteorologista Ingrid Peixoto, até dia 31, há a possibilidade de chover abaixo da média histórica para março – 180,6 milímetros, nos cálculos do Inmet.
“O DF está com um bloqueio atmosférico, uma massa de ar quente e fria, que inibe a formação de nuvens, eleva a temperatura e diminui a umidade do ar”, explica.
Por causa desse clima seco vivido pelos brasilienses nos últimos dias, o Inmet emitiu um alerta de “perigo potencial” na região do DF, relacionado à baixa umidade. No site do instituto, o aviso publicado indica “leve risco à saúde”, e “umidade relativa do ar variando entre 30% e 20%.”
Segundo Ingrid, nas horas mais quentes desta sexta (10), a umidade pode chegar a mínimos de 25%. “Sempre que a umidade vai cair abaixo de 30%, a gente emite um aviso para a população se preparar para uma situação de secura”, aponta Ingrid.
O aviso do Inmet serve para embasar decisões da Defesa Civil do DF, que é responsável por colocar a capital em estados de atenção, alerta ou calamidade. Até esta quinta, o órgão ainda não tinha emitido comunicado sobre o tema.
Previsão e reservatórios
Segundo o Inmet, há previsão de chuvas somente a partir da próxima quarta-feira (15). Uma frente fria que atingirá a região sudeste e o deslocamento da umidade da área norte do país podem mudar, timidamente, o clima do DF nos próximos dias, diz o Inmet. Ainda assim, não será suficiente para que as precipitações alcancem os índices calculados para março.
Mesmo com o racionamento de água implementado na capital federal desde 16 de janeiro, o volume útil dos reservatórios que abastecem o DF tem ficado estagnado nesses últimos dias de estiagem.
Levantamento da Agência Reguladora de Águas do DF (Adasa) divulgado nesta quinta aponta que o volume útil do Descoberto está em 43,48% e o de Santa Maria em 47,76%. Os dados são iguais aos que foram registrados na última terça (7).
Para contornar essa situação, a Adasa proibiu a captação de água potável da rede pública para usos não prioritários, como lavagem de carros, calçadas, irrigação de plantas e manutenção de piscinas. A agência também estuda aplicar sanções a quem desrespeitar a norma.
A intenção da Adasa é punir reincidentes que forem pegos gastando água com o dobro do valor da multa. A agência, no entanto, ainda não especificou como será feito o controle das infrações.
A Adasa também tem interesse em usar flagrantes em vídeo ou fotos gravados por “cidadãos comuns” para multar os gastadores. Atualmente, os registros são considerados meios não oficiais para aplicar uma autuação.
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