Ajuste fiscal com crescimento de 1% tende a falhar, diz secretário da Fazenda

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, declarou nesta quinta-feira (9) que políticas de ajuste fiscal em um país com crescimento de apenas 1% estão destinadas ao insucesso.

Ele participou de um evento realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em São Paulo.

— Qualquer medida de ajuste fiscal com crescimento médio anual de 1% estará fadada ao fracasso, pois o crescimento é muito baixo e a receita não acompanha o necessário. Não é possível estabilizar fiscalmente um país que não cresce — afirmou.

Mello enfatizou a necessidade do Brasil adotar uma trajetória de crescimento constante, sem oscilações bruscas. No ano passado, a economia cresceu 3,4%, e a previsão para este ano é cerca de 2,4%.

— Não podemos aceitar que o Brasil cresça apenas 1,5% ao ano, pois isso não é suficiente para o desenvolvimento do país.

O secretário também destacou a recuperação do crédito habitacional, que já representa 10% do PIB, e acredita que há potencial para dobrar esse valor em até uma década. Para isso, será necessário repensar o sistema de financiamento da habitação, atualmente muito dependente da poupança.

Outro aspecto importante para esse crescimento é a redução da taxa de juros, prevista para acontecer em breve, possivelmente no final deste ano ou início do próximo.

— É fundamental que o Brasil reformule os métodos de financiamento habitacional e incorpore novas fontes para essa finalidade — declarou o economista.

O governo planeja anunciar mudanças no modelo de crédito imobiliário e lançar um novo programa focado na reforma de imóveis em breve.