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Alckmin adia entrega de obra que vai levar água da Billings ao Alto Tietê

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Bombeamento de água da represa foi previsto inicialmente para maio. Segundo a Sabesp, foi detectado um vazamento submerso.

Represa de Taiaçupeba, que receberá água da Billings (Foto: José Antônio de Assis/ arquivo pessoal)

Represa de Taiaçupeba, que receberá água da Billings (Foto: José Antônio de Assis/ arquivo pessoal)

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), adiou a entrega da obra de interligação entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê, que tinha sido anunciada para esta quarta-feira (30). Trata-se de um novo atraso na obra, que foi anunciada inicialmente para maio deste ano e que é a principal intervenção contra a crise hídrica prevista para ser inaugurada em 2015.

A obra vai bombear 4 m³/s da Billings para a represa de Taiaçupeba, que integra o Sistema Alto Tietê. Isso vai aumentar a entrada de água em cerca de 26%. A medida visa socorrer o Alto Tietê, que vive situação crítica segundo o governo de São Paulo. Nesta quarta, as represas do sistema operam apenas com 15% da capacidade – há dois anos, antes da crise hídrica, esse índice era de 53,7%.

O Alto Tietê é responsável pelo abastecimento de 5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, a maioria parte na Zona Leste e municípios da região metropolitana.

Segundo a assessoria do governo de São Paulo, a inauguração desta quarta foi adiada porque os “últimos testes e ajustes necessários para o pleno funcionamento da obra de interligação estão sendo finalizados”.

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) afirmou que foi detectado um vazamento em uma junta submersa. “Mergulhadores estão no local trabalhando para solucionar a questão. Estas ocorrências fazem parte da fase de operação assistida da obra”, disse a Sabesp.

Alckmin participaria do evento de inauguração, em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, mas sua agenda foi cancelada uma hora e meia antes do início. Na semana passada, Alckmin afirmou que o governo de São Paulo está cumprindo o plano anunciado e destacou a complexidade da obra. “Estamos cumprindo rigorosamente. Fazer uma obra daquele tamanho em cinco meses é uma coisa impressionante”, disse.

A obra foi anunciada em janeiro, no auge da crise hídrica. Em abril, a Sabesp já havia destacado o tamanho da obra para justificar a impossibilidade de entregar a interligação em maio, primeiro prazo anunciado pelo governador: “tratam-se de ajustes normais dado o tamanho e a complexidade de uma obra desse porte”, informou a companhia à época.

Outro entrave para a inauguração da obra era a falta de uma licença ambiental de operação. O documento, porém, foi emitido nesta quarta-feira pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

Reforço
O bombeamento da água para o Sistema Alto Tietê poderá favorecer ainda o Sistema Cantareira, já que a água vai ser levada a partes das zonas norte e leste originalmente atendidas por esse sistema. O Cantareira também vive situação crítica e opera na segunda cota do volume morto, com 16,2% da capacidade.

Já o Sistema Rio Grande, que vai fornecer a água através de um braço da represa Billings considerado mais limpo, vive uma realidade mais confortável e opera com 85,6% da capacidade.

O investimento previsto inicialmente para a interligação dos sistemas Rio Grande e Alto Tietê foi de cerca de R$ 130 milhões. As obras incluíram a instalação de quatro bombas com capacidade para empurrar a água 80 metros acima, superando o morro que divide a região do ABC de Suzano. A água atravessa 11 km de tubulação para ser levada de um sistema ao outro.

A obra é uma das medidas traçadas pelo governo para tentar conter a crise hídrica no estado. Outras intervenções previstas são a interligação do sistema Cantareira com a bacia do Rio Paraíba do Sul e criação do sistema produtor do Rio São Lourenço, que vai captar água em Ibiúna. As duas obras estão previstas para 2017.

Prêmio
A Câmara dos Deputados anunciou na semana passada que o governador Geraldo Alckmin vai receber o Prêmio Lúcio Costa de Mobilidade, Saneamento e Habitação 2015. A indicação foi feita pelo deputado federal João Paulo Papa (PSDB-SP). Segundo o político, “a indicação do governador ocorreu pelo fato de ele governar o estado brasileiro que mais se aproxima da universalização do saneamento”.

Alckmin disse que vai a Brasília receber o prêmio e que ele é “modestia à parte, merecido”.  “O prêmio não é para mim, mas para toda população de São Paulo, e ao esforço feito pela Secretaria de Recursos Hídricos e pela Sabesp”, disse.

O governador afirma que várias medidas foram adotadas para contornar a crise. Além das obras, ele cita a adoção de um bônus na conta de água para quem economiza, a multa para quem aumenta o consumo e a interligação entre sistemas em determinados bairros para desafogar o Sistema Cantareira.

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