Alckmin aposta em diálogo com os EUA para melhorar relações

Um dia depois do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar que terá um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, provavelmente na próxima semana, e dizer que sentiu uma “boa química” em seu primeiro contato pessoal com o líder brasileiro, o vice-presidente e presidente em exercício, Geraldo Alckmin, declarou nesta quarta-feira acreditar no “diálogo” para reverter a alta nas tarifas americanas sobre as exportações brasileiras.

“A boa química entre as pessoas facilita a relação entre as nações”, afirmou Alckmin após participar da abertura de um seminário na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.

Ele elogiou o discurso de Lula na Assembleia Geral da ONU na terça-feira e qualificou como “positivo” o breve encontro de menos de um minuto entre o presidente brasileiro e Trump.

Alckmin ressaltou que a sobretaxa americana aplicada desde o início de agosto sobre produtos brasileiros é injusta e lembrou que o Brasil não impõe taxas adicionais às importações vindas dos EUA.

Dos dez produtos mais importados pelo Brasil dos EUA, oito são isentos de tarifas, o que faz a taxação média brasileira sobre as vendas americanas ser de 2,7%, destacou o vice-presidente.

Alckmin mencionou o programa Redata, que oferece incentivos fiscais para investimentos em data centers, como uma oportunidade para atrair investimentos estrangeiros, mas não entrou em detalhes sobre o que o Brasil poderia oferecer em negociações comerciais aos americanos.

Referente à regulação das plataformas digitais e redes sociais, assunto que preocupa Trump em seus discursos, Alckmin afirmou que a legislação recentemente aprovada pelo Congresso e sancionada por Lula é adequada.

Ele também reiterou a posição do Palácio do Planalto de que é necessário equilibrar a liberdade de expressão com a proteção dos usuários, especialmente crianças e adolescentes.

Como vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Alckmin é responsável pelas políticas de comércio exterior e tem liderado as negociações comerciais com a Casa Branca.

Quando questionado, Alckmin não confirmou a data da reunião entre Lula e Trump, nem se o encontro será presencial, por videoconferência ou telefone.

Ele também não informou se sua equipe já manteve ou planeja manter contato prévio com o Departamento de Comércio americano antes da conversa entre os presidentes.