Alckmin assume Presidência pela 37ª vez com Lula na Ásia

O vice-presidente Geraldo Alckmin assumiu temporariamente a Presidência nesta terça-feira (21), devido à viagem oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao sudeste asiático.

Esta é a 37ª vez que o vice, que também ocupa o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, lidera o Executivo.

Até esta terça-feira, Alckmin esteve à frente da Presidência por um total de 133 dias, conforme levantamento realizado pelo jornal O Globo a partir da agenda oficial de Lula.

Somando todas as ocasiões em que exerceu a Presidência, o atual vice acumulou cerca de quatro meses e meio no cargo, embora tenha ocupado o posto por menos tempo em comparação a José Alencar, vice nos primeiros dois mandatos de Lula.

Essas ocasiões conferem maior visibilidade a Alckmin, que busca firmar sua posição como vice na chapa para a reeleição. Ele foi escolhido por Lula como um dos negociadores junto aos Estados Unidos para tentar revogar tarifas, um papel que demonstra prestígio político.

No entanto, a função de vice é também disputada por outras siglas, como o MDB. Recentemente, Alckmin recebeu apoio do ministro das Cidades, Jader Filho, que defendeu sua permanência na chapa para as eleições de 2026.

Quando Lula tinha quase três anos no governo, José Alencar já havia comandado a Presidência em 45 ocasiões, totalizando 171 dias como presidente interino. No segundo mandato de Lula, até outubro de 2009, Alencar havia assumido a Presidência pelo menos 50 vezes, acumulando ao menos 201 dias no cargo. Esses dados, da Biblioteca da Presidência, foram organizados com o auxílio de inteligência artificial pelo Globo.

Alckmin já ultrapassou o tempo de presidência interina exercido por outros vices recentes, como Hamilton Mourão, vice do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Michel Temer, vice da ex-presidente Dilma Rousseff.

Agora, Alckmin assumirá o comando pelo menos até 27 de outubro, o que deve elevar seu total de dias como presidente para cerca de 139.

Neste mandato, a maioria dos períodos em que ele atuou na Presidência foi breve, com durações de até quatro dias. Em apenas duas ocasiões, ficou no cargo por sete dias consecutivos: em março deste ano, quando Lula viajou a Tóquio e Hanói; e em agosto de 2023, durante uma viagem presidencial a Joanesburgo, Luanda e São Tomé.

Viagem oficial de Lula à Ásia

A atual viagem de Lula acontece em meio às negociações do Brasil com os Estados Unidos para agendar uma reunião bilateral com o ex-presidente Donald Trump. Lula partiu nesta terça-feira para uma missão que inclui compromissos em Jacarta, Indonésia, nos dias 23 e 24 de outubro, e em Kuala Lumpur, Malásia, entre os dias 25 e 27.

Espera-se que Lula e Trump se encontrem na Malásia, após a abertura da reunião da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

O presidente iniciará sua agenda oficial em Jacarta na quinta-feira, retribuindo a visita do presidente indonésio Prabowo Subianto ao Brasil em julho. O Mercosul, que recentemente assinou um acordo comercial com Cingapura, também negocia um tratado similar com a Indonésia.

Lula participará ainda de um fórum empresarial no país, focado em fortalecer as relações bilaterais com ênfase em comércio agrícola, segurança alimentar, bioenergia, desenvolvimento sustentável e defesa.

No sábado, Lula estará em Kuala Lumpur, onde será recebido pelo primeiro-ministro malaio, Anwar bin Ibrahim. Os interesses brasileiros no país incluem uma colaboração na área de semicondutores e a ampliação do acesso ao mercado halal, destinado a produtos e serviços que seguem preceitos islâmicos. Além disso, Lula marcará presença na cúpula da ASEAN, uma reunião histórica que contará pela primeira vez com a presença de um chefe de Estado brasileiro.

A ASEAN, composta por Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Myanmar, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã, oficializará durante a reunião a entrada do Timor-Leste como seu 11º membro.