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Economia

Alckmin ressalta progresso nas negociações de tarifas com os EUA

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O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta terça-feira, durante encontro com empresários brasileiros e americanos, que o próximo passo nas negociações será aumentar o número de produtos que serão excluídos do tarifaço ou diminuir as alíquotas que podem chegar a 50% sobre os produtos que o Brasil exporta para os Estados Unidos. Ele destacou o desafio de proteger os produtos manufaturados dessa medida, citando exemplos como máquinas, motores, produtos industrializados, madeira e até produtos alimentares como o mel.

Alckmin reforçou que a relação econômica com os EUA permanece uma prioridade para o governo brasileiro, destacando a importância do país como investidor e parceiro comercial. Ele mencionou avanços significativos no processo de redução das tarifas americanas sobre produtos brasileiros.

“Os EUA são o maior investidor no Brasil e o terceiro maior parceiro comercial”, disse Alckmin, que também exerce os cargos de vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. “Eles representam 80% da sua importação em manufaturas, produtos industriais de alta tecnologia, sendo de extrema importância. A orientação do presidente Lula desde o início foi o diálogo e a negociação”, acrescentou.

Alckmin explicou que, na primeira ordem executiva dos EUA, 36% das exportações brasileiras estavam sujeitas ao tarifaço — que consiste em uma taxa de 10% mais uma sobretaxa de 40%, totalizando 50%. A retirada da sobretaxa de 40% sobre produtos como carne e café, realizada recentemente, foi considerada o maior avanço até o momento, resultado das conversas entre os presidentes Lula e Donald Trump, inicialmente por telefone e posteriormente em um encontro na Malásia.

Ele detalhou que a porcentagem de exportações brasileiras afetadas pelo tarifaço caiu de 36% para 22%. Atualmente, 22% estão sujeitos à tarifa de 50%; 27% enquadram-se na Seção 232, com tarifas iguais às do restante do mundo; e 51% são taxados em zero ou 10%.

Enquanto as negociações continuam, o governo brasileiro adotou medidas para apoiar as empresas nacionais prejudicadas pelas tarifas americanas, por meio do Plano Brasil Mais Soberano, que disponibiliza R$ 40 bilhões em crédito com juros reduzidos e fundo garantidor para aquelas que tiveram exportações perdidas para os EUA.

Parceria econômica Brasil-EUA

O presidente da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), Abrão Neto, enfatizou a importância da relação econômica entre os dois países, destacando que os Estados Unidos são o principal mercado para as exportações industriais brasileiras e respondem por quase metade das vendas de produtos de alta tecnologia, como aeronaves, máquinas e equipamentos. Também ressaltou que os EUA são o maior mercado para as exportações de serviços do Brasil e o terceiro para o setor agroindustrial, incluindo produtos como café, carne bovina, suco de laranja, pescados e frutas.

Abrão Neto destacou ainda que, de cada dez dólares investidos no Brasil vindos do exterior, três vêm dos Estados Unidos, que são o maior investidor estrangeiro no país, com um estoque superior a US$ 350 bilhões.

Ele mencionou a presença do Brasil no cotidiano americano, desde o café da manhã até materiais de construção, além de insumos, peças, máquinas e equipamentos que contribuem para a competitividade do setor produtivo dos EUA.

Segundo o presidente da Amcham, os Estados Unidos possuem um dos maiores superávits comerciais positivos com o Brasil, totalizando cerca de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos. Ele projeta que, nos próximos três anos, o Brasil importará aproximadamente US$ 140 bilhões em produtos americanos, incluindo itens dos setores de energia, insumos agropecuários, componentes para aeronaves, medicamentos e bens de consumo.

Abrão Neto reconheceu que a eliminação da sobretaxa de 50% para mais de 200 produtos da agroindústria brasileira representou um alívio importante para setores que exportam cerca de 4 bilhões de dólares para os Estados Unidos. No entanto, destacou que ainda há muito a ser feito, uma vez que uma parte significativa das exportações brasileiras, especialmente do setor industrial, continuam sujeitas a tarifas elevadas, o que afeta não apenas o comércio, mas também a previsibilidade dos negócios bilaterais.

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