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Alcolumbre elogia Lula e busca acalmar crise por indicação ao STF

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Em meio à tensão crescente com o Palácio do Planalto devido à nomeação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF) e às críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às emendas parlamentares, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), fez um gesto público de apoio ao governo federal nesta sexta-feira.

Durante a inauguração do primeiro Centro de Radioterapia do Amapá — uma obra muito valorizada em sua trajetória política — o senador agradeceu a “sensibilidade” do presidente e pediu ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que transmitisse seu reconhecimento pelo suporte do governo.

Padilha, leve meus agradecimentos pessoais e institucionais ao presidente da República, que tem apoiado o Amapá constantemente –, afirmou Alcolumbre no evento, que marcou o início das atividades do centro. A obra contou com investimento federal e é vista pelo senador como sua principal entrega parlamentar.

No Amapá, o ambiente era diferente. Pessoas próximas afirmam que o senador fez um discurso justo, reconhecendo a importância do governo federal para a conclusão do centro. A iniciativa permitirá que pacientes com câncer sejam tratados no estado, eliminando a necessidade de viagens para outras regiões.

A participação de Padilha foi entendida como um gesto político do governo após dias de tensão. Em seu discurso, Alcolumbre reforçou a gratidão ao Planalto.

– Sua presença aqui representa o apoio do presidente da República ao nosso Amapá. Agradeço a Lula pela sensibilidade, compromisso e espírito público, especialmente com o Norte e Nordeste do Brasil –, declarou.

Alcolumbre tem tido desentendimentos com o governo desde que Lula indicou Messias para o STF. Em conversas privadas, o senador demonstrou insatisfação com a escolha, indicando que poderá trabalhar contra a confirmação. O nome preferido por ele e por uma maioria de senadores era o do ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O governo trabalha para organizar um encontro entre Lula e Alcolumbre em breve, com o objetivo de melhorar as relações políticas.

O gesto feito por Alcolumbre no Amapá ocorre logo após várias críticas públicas dirigidas ao governo federal. Em discursos no plenário do Senado na última quarta-feira, ele reclamou do Executivo e do Supremo, dizendo receber “agressões” dos outros Poderes.

– Eu apenas gostaria que os outros Poderes me tratassem da mesma forma que eu trato todos eles, sem agressões infundadas, ataques ou ofensas. Se eu ceder a isso, não serei quem sou –, afirmou.

Na quinta-feira, Lula também criticou o Congresso, reclamando do poder que o Legislativo exerce sobre o orçamento.

– Vocês acreditam que temos problemas com o Congresso? Não temos. Contudo, discordo das emendas impositivas. É errado o Congresso controlar 50% do orçamento. Essa situação só mudará quando remodelarmos quem governa e aprova –, declarou.

Além da disputa pela nomeação de Messias, há insatisfação no Senado em relação a uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo, que restringiu pedidos de impeachment de membros da Corte.

Gilmar Mendes definiu que somente a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode apresentar tais pedidos, decisão que causou descontentamento no Senado, responsável por analisar os processos. Para Alcolumbre, essa medida representa uma séria ameaça à separação dos Poderes e uma ofensa grave.

A decisão é provisória e será avaliada pelo plenário virtual da Corte a partir de 12 de dezembro.

Alcolumbre já mencionou possíveis respostas, como uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita decisões monocráticas, atualmente parada na Câmara, e um projeto de lei para atualizar as normas de impeachment, que deverá ser reativado no Senado.

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