Alemanha confirma orçamento e aumenta gastos militares

Após meses de atraso, os deputados alemães aprovaram nesta quinta-feira (18) o orçamento para 2025, autorizando um aumento da dívida pública para reforçar os investimentos na defesa diante de uma possível ameaça russa.

Essa aprovação, contudo, não resolve os conflitos ainda existentes entre o chanceler conservador Friedrich Merz e seus parceiros social-democratas, que precisam achar um consenso sobre os orçamentos de 2026 e 2027, em um cenário econômico recessivo e com tensões geopolíticas crescentes.

Berlim planeja gastar, neste ano, 502,5 bilhões de euros (aproximadamente 3,1 trilhões de reais), valor que representa um aumento de 25 bilhões de euros (cerca de 157 bilhões de reais) comparado a 2024, financiando um déficit de 81,8 bilhões de euros (em torno de 513,5 bilhões de reais) com endividamento.

A Câmara Baixa do Parlamento alemão (Bundestag) também aprovou a criação de um fundo especial para modernização de infraestruturas antigas e para a transição climática, autorizado a captar empréstimos de até 500 bilhões de euros (cerca de 3,1 trilhões de reais) ao longo dos próximos 12 anos.

Desse montante, mais de 37 bilhões de euros (aproximadamente 232,2 bilhões de reais) estarão disponíveis já este ano, sendo 812 bilhões de euros (cerca de 75,3 bilhões de reais) destinados à melhoria da rede de transportes na Alemanha.

Desde o início de seu mandato, em maio, o governo de coalizão optou por abandonar políticas fiscais restritivas, adotando uma postura orçamentária mais aberta.

Com a aprovação do orçamento e do fundo especial, espera-se que Berlim tome empréstimos líquidos na ordem de 143 bilhões de euros (quase 897,7 bilhões de reais) neste ano e cerca de 175 bilhões de euros (em torno de 1 trilhão de reais) em 2026.

Lars Klingbeil, ministro das Finanças, afirmou em seu discurso antes da votação que o governo está focado em impulsionar o crescimento econômico e garantir a manutenção dos empregos na Alemanha.

“Este é o principal desafio para a população do país”, enfatizou o político social-democrata.

No entanto, o maior desafio para o governo continua sendo a harmonização entre as propostas de transformação e as demandas sociais levantadas pelos parceiros social-democratas.