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Alerta na Indonésia e Sri Lanka por novas chuvas após enchentes graves

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Novas previsões de chuvas para quinta-feira (4) aumentam o receio de mais danos na Indonésia e no Sri Lanka, que ainda enfrentam os efeitos das inundações recentes que causaram mais de 1.500 mortes na última semana.

Uma temporada atípica de monções, combinada com dois ciclones tropicais, trouxe chuvas fortes desde a semana passada em áreas afastadas da Indonésia, Sri Lanka, sul da Tailândia e norte da Malásia.

Na Indonésia, o serviço meteorológico avisou que três províncias na ilha turística de Sumatra, as mais afetadas, deverão ter chuvas de intensidade moderada a alta entre quinta e sexta-feira.

Essas chuvas começaram à noite e, apesar de não serem tão fortes quanto as tempestades que ocorreram no fim de novembro, mantêm a região em alerta, já bastante prejudicada pelas enchentes e deslizamentos.

“Tememos que uma chuva repentina provoque novas inundações”, afirmou Sabandi, 54 anos, em um abrigo em Pandan, norte de Sumatra.

Na quinta-feira, as autoridades informaram sobre 776 mortos na Indonésia, um pouco menos do que o balanço anterior, após revisar dados de áreas isoladas e de difícil acesso.

Mais de 560 pessoas continuam desaparecidas, e os cortes nas comunicações e no fornecimento de energia dificultam localizar essas pessoas.

Em Sibolga, uma cidade costeira em Sumatra isolada por danos nas estradas, centenas formaram filas para receber ajuda em um depósito.

“Nunca vimos nada assim em Sibolga”, disse à AFP Nur Apsyah, 28 anos, que esperava com seus pais enquanto soldados controlavam a distribuição de arroz para evitar saques.

“Não há comida, o dinheiro terminou, o trabalho desapareceu. Como vamos nos alimentar?”, questionou a jovem.

As monções sazonais são normais na Ásia e essenciais para a agricultura, mas as mudanças climáticas têm tornado esses padrões mais erráticos e perigosos.

A gravidade da catástrofe deste ano complicou os esforços de socorro.

Em Banda Aceh, um correspondente da AFP viu uma fila de quatro quilômetros em um posto de gasolina.

O governador local liderou uma equipe de ajuda a Aceh Tamiang, entregando 30 toneladas de suprimentos essenciais, incluindo água, arroz, macarrão instantâneo, biscoitos, ovos e remédios.

Na cidade de Langsa, Erni, 49 anos, buscou refúgio em uma sala de oração islâmica com sua família.

Receberam água e alimentos suficientes para alguns dias, mas os cortes na eletricidade e o abastecimento irregular de água dificultam a higiene, disse.

“O armário, a mesa, a geladeira… tudo foi destruído”, contou à AFP. “Não conseguimos dormir, preocupados com a possibilidade de nova inundação”.

“O vilarejo virou um cemitério”

No Sri Lanka, meteorologistas informaram que a monção do nordeste deve chegar à tarde de quinta-feira.

O alerta para deslizamentos foi renovado nas áreas centrais, e moradores foram aconselhados a não voltar para casa devido ao risco de quedas de terra por causa do solo já saturado.

Em Hadabima, vilarejo onde 18 corpos foram encontrados em seis casas destruídas, VK Muthukrishnan, eletricista de 42 anos, relatou à AFP: “Não podemos mais viver aqui; este lugar virou um cemitério”.

Ao menos 479 pessoas morreram no país, com centenas desaparecidas, levando o governo a solicitar ajuda internacional.

Estima-se que serão necessários até 7 bilhões de dólares para reconstruir casas, indústrias e estradas, enquanto o Sri Lanka ainda enfrenta sua pior crise econômica histórica.

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