Alexandre de Moraes diz que processo da trama golpista não foi acelerado

Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quinta-feira que não acelerou o andamento da ação penal relacionada à trama golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros acusados.

Segundo ele, cada caso possui suas particularidades, e o andamento da investigação depende da atuação da Polícia Federal (PF) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

O ministro respondeu sobre o tema durante um evento com influenciadores digitais no STF.

O humorista Mizael Silve mencionou que muitas pessoas dizem que a apuração contra Bolsonaro teve um ritmo mais rápido que outras investigações, como a de desvios no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Moraes, porém, explicou que são casos distintos, e que a investigação sobre a alegada tentativa de golpe começou muito antes.

“Entre investigação, denúncia e processo, completaremos quase dois anos. Já a questão do INSS não chega a seis meses”, afirmou, acrescentando que comparar processos diferentes não é válido.

Ele reforçou que não há preferência no andamento dos casos, pois isso varia conforme o procedimento e as provas disponíveis.

“Não há preferência para nenhum lado. Depende do procedimento, do relator e das evidências. Às vezes, a PGR denuncia após um ano de investigação, em outras vezes após um mês, quando a investigação já está consolidada.”

Como relator da ação penal da trama golpista, Moraes ressaltou o papel da PF, da PGR e dos demais ministros da Primeira Turma do STF no processo:

“Quem conduz as investigações é a Polícia Federal, não eu. A denúncia é feita pelo procurador-geral da República, e o recebimento da denúncia cabe à Primeira Turma, não a mim.”

O processo iniciou em dezembro de 2023. Em novembro de 2024, a PF apresentou indiciamento contra Bolsonaro e outras 36 pessoas pela tentativa de golpe. A PGR fez a denúncia em fevereiro deste ano, recebida pela Primeira Turma em março.

A ação penal está em curso e o julgamento está previsto para setembro.