Aliado afirma que São Paulo é pequeno para Tarcísio e o chama de presidente

Aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), incentivaram sua candidatura à Presidência da República durante uma cerimônia para entrega de 432 unidades habitacionais em Embu das Artes, região metropolitana de São Paulo, na quinta-feira (17/7). Ele estava acompanhado do prefeito local, Hugo Prado (Republicanos), e do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

O ex-prefeito Ney Santos (também do Republicanos), presente ao lado de Tarcísio, e a deputada federal Ely Santos participaram do evento. Ney Santos, que enfrenta processo por lavagem de dinheiro envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC), segurou o braço do governador e o anunciou como candidato ao Palácio do Planalto.

“O estado de São Paulo está pequeno para o senhor”, declarou Ney Santos. “A voz do povo é a voz de Deus e Tarcísio será nosso presidente da República”, completou.

O atual prefeito de Embu das Artes, sucessor de Ney Santos, afirmou conhecer a intenção de Tarcísio em buscar a reeleição ao governo paulista, mas se colocou à disposição para apoiá-lo caso decida disputar a Presidência.

“O desejo do povo de Embu e do Brasil é ter um presidente que promova o diálogo e faça a diferença”, afirmou Hugo Prado.

O deputado estadual Eduardo Nóbrega (Podemos) também manifestou apoio: “Fico feliz que terei um amigo no governo estadual e outro na Presidência da República”, referindo-se a Tarcísio e Ricardo Nunes.

Embora a entrega das casas tenha sido em cidade próxima a São Paulo, o prefeito da capital participou da cerimônia entregando as chaves aos novos moradores. Aliados recentemente divulgaram pesquisa em que Ricardo Nunes aparece com boa posição na disputa estadual.

Queda em pesquisa

Levantamento da Quaest divulgado em 17 de julho indica que o ex-presidente Lula lidera com 41% das intenções de voto contra 37% de Tarcísio para um eventual segundo turno presidencial entre eles. Em maio, a diferença era mínima, com Tarcísio com 40% das intenções, apenas um ponto atrás de Lula.

A imagem do governador foi impactada recentemente após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Tarcísio buscou contato com a embaixada americana para destacar o efeito negativo sobre exportadores paulistas e reuniu-se com empresários para oferecer apoio nas negociações, mas a condução dessas tratativas recebeu críticas de alguns políticos e empresários.

Como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), padrinho político de Tarcísio, foi mencionado na carta de Trump que oficializou a tarifa, a imagem do governador sofreu reflexos negativos.

Posição de Tarcísio sobre o tarifaço

A partir do anúncio de Trump em 9 de julho, Tarcísio ajustou sua fala e foi alvo de críticas. Naquele dia, em suas redes sociais, afirmou que “Lula colocou a ideologia acima da economia, e este é o resultado”, uma declaração vista como politização de tema delicado.

No dia seguinte, em entrevista coletiva, o governador ressaltou que o aumento tarifário seria prejudicial principalmente para estados com produção industrial mais sofisticada, como São Paulo.

Posteriormente, viajou para Brasília para conversar com Jair Bolsonaro e comunicar que negociaria com o encarregado de negócios dos EUA, Gabriel Escobar. Após o encontro em Brasília, Escobar se reuniu com Tarcísio e empresários no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo, apontando que os Estados Unidos poderiam revisar a tarifa, que entraria em vigor em 1º de agosto.

Tarcísio declarou que pretende entrar em contato com governadores de estados americanos para tentar negociar a redução dessa tarifa.