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Aliados acusam Planalto de patrocinar articulação do novo partido de Kassab

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O bloco partidário que apoia o governo no Congresso vive uma experiência autofágica. Acomodado por Dilma Rousseff no Ministério das Cidades como representante do PSD, Gilberto Kassab se equipa para criar um novo partido. Legendas como PMDB, PP e PR já farejam o risco de ter parte dos seus quadros engolidos. E acusam o Planalto de patrocinar a cooptação de congressistas ao entregar a Kassab uma pasta com capilaridade nacional e orçamento sedutor.

Em privado, dirigentes do PMDB dizem ter detectado as digitais do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) nas articulações de Kassab. Avaliam que ele não se envolveria na empreitada sem o consentimento de Dilma. E já se deram conta do óbvio: a presidente e seus operadores movem-se com o objetivo de atenuar a dependência legislativa do governo em relação à bancada do PMDB.

A pretensão foi pressentida inclusive pelo grupo de peemedebistas que se reúne amiúde com o vice-presidente Michel Temer. Desenvolve-se ali um sentimento de reação. Coisas inusitadas começam a acontecer. Por exemplo: parte da legenda olhava de esguelha para a candidatura de Eduardo Cunha à presidência da Câmara. Súbito, forma-se uma torcida para que o desafeto de Dilma vença a briga pela terceira poltrona na linha de sucessão da República.

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A trama faz de Dilma uma presidente paradoxal. Há uma semana, sob as luzes da posse, ela disse no Congresso: “É inadiável implantarmos práticas políticas mais modernas, éticas e, por isso, mesmo mais saudáveis. É isso que torna urgente e necessária a reforma política. Uma reforma profunda que é responsabilidade constitucional desta Casa, mas que deve mobilizar toda a sociedade na busca de novos métodos e novos caminhos para nossa vida democrática.” À sombra, a oradora recorre a velhos estratagemas para atingir seus arcaicos subterfúgios.

Quanto a Kassab, tornou-se um exíminio fabricante de legendas. Ex-filiado do DEM, transformou-se de oposicionista em governista em pleno voo. Fez isso ao criar o PSD, em 2011. Agora, quer reabilitar a sigla PL (Partido Liberal), usada num passado recente, pré-mensalão, pelo atual PR, um ‘cartório’ do notório Valdemar Costa Neto. Pode-se dizer qualquer coisa do vaivém de Kassab, desde que não se afirme que as motivações são nobres.

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Nas pegadas do PSD, criaram-se o PROS e o Solidariedade. O PL urdido por Kassab será 33º partido do Brasil. Nenhum outro país do planeta oferece opções partidárias tão variadas aos seus políticos e eleitores. Se o sujeito for de esquerda, meia-esquerda, um quarto de esquerda, direita, direita disfarçada, direita Bolsonaro… o sujeito pode ser o diabo e sempre haverá no Brasil um partido pronto para recepcioná-lo. Ainda assim, cavalgando o orçamento das Cidades, Kassab quer abrir mais um balcão.

Fonte: UOL

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