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Aliados reforçam pressão sobre Rússia após encontro em Londres
Os aliados de Kiev, que se reuniram nesta sexta-feira (24) em Londres, estão empenhados em intensificar a pressão sobre a Rússia, declarou o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, que pediu aos parceiros que “finalizem os esforços” para utilizar os ativos russos congelados como forma de financiar a defesa da Ucrânia.
Antes da reunião da “Coalizão de Voluntários”, composta por cerca de 30 países, majoritariamente europeus, que apoiam Kiev, Starmer recebeu o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, enfatizando a importância de ampliar o fornecimento de armamento de longo alcance ao país.
“Acredito que podemos ampliar os recursos disponíveis, principalmente os de longo alcance”, afirmou Starmer.
Ao final do encontro, ele reforçou a necessidade de cooperação contínua entre as nações aliadas.
“É uma satisfação afirmar que agora contamos com mais de 30 países firmes no apoio à Ucrânia e na busca por uma paz justa e duradoura”, afirmou Starmer.
A reunião contou com a presença da primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, do premiê holandês, Dick Schoof, e do secretário-geral da OTAN, Mark Rutte. Outros 20 líderes, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, participaram via videoconferência.
“Hoje estamos mais unidos do que nunca, alinhados com o presidente americano em nosso apelo para o fim do derramamento de sangue”, destacou Starmer.
Os aliados se reuniram para discutir o envio de armas de longo alcance para a Ucrânia e avançar nas negociações sobre o uso dos ativos russos congelados.
Antes do encontro com Starmer, Zelensky foi recebido pelo rei Charles III no Castelo de Windsor, a oeste de Londres.
O líder trabalhista que coordena a coalizão, juntamente com o presidente Macron, busca fortalecer a posição da Ucrânia com a chegada do inverno, período crítico devido aos ataques russos recentes às infraestruturas energéticas ucranianas, que ameaçam deixar a população sem eletricidade e aquecimento.
Kiev produz alguns mísseis (Flamingo, Neptune) e recebe os Scalp franceses e Storm Shadow britânicos, mas em quantidades limitadas. Zelensky solicitou, sem sucesso, mísseis alemães Taurus, enquanto os Estados Unidos ainda não aprovaram a entrega dos Tomahawk.
Financiamento com ativos russos
Para custear o fornecimento dos sistemas de longo alcance à Ucrânia, Starmer instou os parceiros a acelerar o processo para usar os ativos russos congelados, conforme informado por Downing Street.
Na quinta-feira, em Bruxelas, os líderes europeus deram um passo inicial ao sugerir o uso desses recursos para financiar a Ucrânia nos próximos dois anos, inclusive considerando a possibilidade de um empréstimo garantido por esses ativos.
“O Reino Unido está pronto para avançar junto com a União Europeia para garantir que os fundos cheguem rapidamente à Ucrânia”, afirmou Starmer.
Os ativos russos bloqueados devido a sanções ocidentais somam cerca de US$ 244 bilhões (aproximadamente R$ 1,3 trilhão).
Essa proposta será discutida na próxima cúpula europeia em dezembro, embora receba resistência de países como a Bélgica, onde está a maior parte dos recursos. Vários outros países também manifestaram reservas sobre o tema.
O confisco desses ativos é considerado um limite a ser respeitado por muitos membros da União Europeia.
Sanções recentes
Os líderes europeus e Zelensky celebraram na quinta-feira a decisão dos Estados Unidos de impor novas sanções à Moscou, em meio à crescente insatisfação com o presidente russo, Vladimir Putin.
O ex-presidente americano Donald Trump por muito tempo resistiu a essas penalidades, mas reconheceu que suas negociações com o líder russo não estavam avançando.
As sanções incluem o bloqueio dos ativos das gigantes petrolíferas Rosneft e Lukoil nos Estados Unidos, além da proibição de negócios entre essas empresas e companhias americanas.
A Rússia qualificou as sanções americanas como “contraproducentes” e Putin afirmou que elas não terão um impacto significativo na economia do país.
Os países europeus também aplicaram novas penalidades ao setor petrolífero russo, anunciando um 19º pacote de sanções desde o início da invasão em fevereiro de 2022.

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