Ameaçam Felca após vídeo denunciando abuso infantil

A defesa do influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, afirmou que ele começou a receber várias ameaças depois de divulgar um vídeo no qual expõe casos de pedofilia e exploração precoce de crianças e adolescentes.

Uma das ameaças ocorreu no sábado passado (16/8), quando ele recebeu dois e-mails contendo mensagens como “você corre risco e vai pagar com a vida” e acusações falsas.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) determinou, na noite do domingo (17/8), um prazo de 24 horas para que o Google forneça os dados do e-mail que enviou as ameaças a Felca. O juiz Pedro Henrique Valdevite Agostinho justificou a decisão afirmando que há risco real à segurança pessoal do influenciador, que está sob ameaça direta de morte. Ele acrescentou que o conteúdo das mensagens requer identificação para que as medidas de proteção possam ser adotadas. Caso a determinação não seja cumprida, a empresa deverá pagar multa diária de R$ 2 mil, limitada a R$ 100 mil.

Denúncia sobre a precoce exposição infantil

Felca ganhou destaque ao publicar o vídeo “adultização” em 6 de agosto, que aborda a atuação de pedófilos nas redes sociais e critica a exposição exagerada de crianças e adolescentes na internet.

Um dos investigados é o influenciador Hytalo Santos, preso desde 15 de agosto sob investigação do Ministério Público da Paraíba por tráfico humano e exploração sexual infantil.

A “adultização” mencionada no vídeo refere-se ao processo de levar uma criança a desempenhar papéis e assumir responsabilidades próprias de adultos, sem a maturidade e consciência necessárias, conforme explica o psiquiatra Fábio Aurélio Leite, do Hospital Santa Lúcia Norte e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria.

Além disso, o fenômeno está frequentemente associado à sexualização infantil, onde a criança é levada a adotar comportamentos e vestimentas relacionadas ao universo erótico, algo que ela normalmente não conseguiria perceber como inadequado.

Fábio Leite ressalta que a adultização não ocorre apenas nas redes sociais, mas inclui situações como trabalho infantil e responsabilidades excessivas no ambiente doméstico, além da exposição midiática.