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Amorim avalia revogação de vistos EUA por Mais Médicos como provocação

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Celso Amorim, principal conselheiro internacional do presidente Lula, afirmou que a decisão dos Estados Unidos de retirar os vistos de membros do governo brasileiro é uma provocação e uma tentativa de gerar uma reação para justificar medidas ainda mais controversas.

Ele descreveu a ação como totalmente irracional, ou até mesmo como um ato intencional para provocar uma reação do Brasil, que serviria de pretexto para medidas mais extremas, embora desconheça o verdadeiro objetivo dessa provocação.

Esta medida faz parte de uma intensificação da tensão entre Brasil e Estados Unidos, com o Departamento de Estado americano revogando vistos de dois brasileiros ligados ao programa Mais Médicos, uma iniciativa lançada em 2013 para incluir profissionais estrangeiros na saúde pública brasileira. A justificativa dada foi a responsabilização daqueles envolvidos no que os EUA chamam de “exportação de trabalho forçado do regime cubano”.

Os brasileiros afetados são Mozart Sales, próximo ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e Alberto Kleiman, que coordena a COP 30, evento climático mundial que ocorrerá em Belém no próximo novembro.

O parecer de Amorim reflete um sentimento comum dentro do governo Lula, de que os atos da administração americana, incluindo ataques ao Judiciário brasileiro e servidores públicos, visam provocar o Brasil a reagir de forma mais dura para justificar sanções mais rigorosas.

Entre as possíveis respostas do Brasil estaria a expulsão do representante dos EUA no país, o encarregado de negócios Gabriel Escobar, ou o retorno da embaixadora brasileira em Washington, Maria Luiza Viotti. Entretanto, ainda não há decisão tomada, e a tendência é buscar um diálogo, apesar das tensões crescentes.

Escobar é o principal canal de comunicação entre os dois países e foi convocado múltiplas vezes para ouvir reclamações do governo brasileiro. Contudo, a avaliação é que ele tem pouca influência na atual administração americana e atua apenas como um emissário sem poder real.

A embaixada americana em Brasília está sem um embaixador titular desde janeiro, quando Donald Trump assumiu a presidência dos EUA. A última embaixadora foi a democrata ativista empresária Elizabeth Bagley.

Recentemente, Escobar foi convocado pelo Itamaraty para protestar contra ataques da embaixada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, feitos em redes sociais, onde ele foi acusado de perseguição política, e seu papel no judiciário foi alvo de sanções previstas na Lei Magnitsky pelo governo Trump.

Na reunião com o vice-presidente Geraldo Alckmin, detalhes não foram divulgados, mas a crise diplomática foi manifestada claramente.

Em mensagens públicas, a embaixada americana criticou o presidente do STF, alegando que teria usurpado poderes, mas o governo brasileiro rechaçou fortemente essas interferências, afirmando que a democracia brasileira resistirá a qualquer pressão.

Desde que os EUA impuseram uma sobretaxa de 40% a certos produtos brasileiros, somada aos 10% anteriores, ficou evidente o interesse de Trump em proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro no processo aberto contra ele no STF. Apesar disso, o governo brasileiro descarta confrontos e busca uma solução comercial através da negociação.

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