Centro-Oeste
Anderson Torres é preso no escritório do advogado pela PF
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, não foi encontrado em sua residência quando a Polícia Federal (PF) chegou para cumprir o mandado de prisão. Ele estava no escritório de seu advogado, Eumar Novacki, localizado no Lago Sul (DF).
Ao tomar conhecimento da chegada dos policiais em sua casa no Jardim Botânico (DF), Torres avisou que estava no escritório do advogado. Posteriormente, foi escoltado até o 19° Batalhão de Polícia Militar (BPM), conhecido como Papudinha, onde cumprirá a pena.
Anderson Torres foi sentenciado a 24 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, nesta terça-feira, o trânsito em julgado do processo (sem mais possibilidades de recurso) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros envolvidos do núcleo principal da conspiração, incluindo Anderson Torres e Alexandre Ramagem (PL-RJ), deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Na segunda-feira (24/11), Torres solicitou ao STF que pudesse cumprir a pena na Superintendência da PF em Brasília ou no Batalhão de Aviação Operacional (Bavop) da PMDF. A defesa informou que ele enfrenta um quadro de depressão desde sua detenção em janeiro de 2023 e faz uso constante dos medicamentos venlafaxina (antidepressivo) e olanzapina (antipsicótico).
Sentença
A Primeira Turma do STF condenou Anderson Torres a 24 anos de prisão pela tentativa de subverter o processo democrático. O tempo de reclusão é de 21 anos e seis meses, mais 2 anos e seis meses de detenção.
Ele foi acusado de ter utilizado sua posição para manipular a percepção sobre as eleições presidenciais de 2022. Conforme exposto pelo ministro Alexandre de Moraes, em 30 de outubro daquele ano, o Ministério da Justiça sob a coordenação de Torres organizou uma ação para que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) dificultasse ou impedisse que eleitores chegassem às urnas.
Além disso, sua conduta durante os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 foi considerada, especialmente pelo fato de que, à época secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, ele deixou o país dois dias antes dos ataques, mesmo após alertas de inteligência sobre o risco de invasão das sedes dos Três Poderes.
Foi também levada em conta uma minuta de decreto conspiratório encontrada na residência de Torres, que reforça o cenário de planejamento para contestar o resultado das eleições. Esse documento previa uma intervenção irregular na Justiça Eleitoral, sendo avaliado como prova da intenção de desestabilizar o processo democrático.

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