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André Mendonça diz que Paraguai supera Brasil em segurança pública
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou um detalhado panorama sobre a situação da segurança pública no Brasil nesta segunda-feira (17/11), durante um evento do Grupo de Líderes Empresariais Lide, em São Paulo. Na ocasião, Mendonça destacou que o Paraguai está em uma posição melhor do que o Brasil no quesito segurança pública.
De acordo com dados do Banco Mundial, a taxa de homicídios no Paraguai era de 7 por 100 mil habitantes em 2023, enquanto que no Brasil essa taxa era de 19 homicídios por 100 mil habitantes no mesmo ano.
A questão da segurança pública foi o foco principal do discurso de 23 minutos do ministro, em um contexto em que o tema é central nas disputas eleitorais entre o governo federal e o estado de São Paulo. Tanto o presidente Lula (PT) quanto o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) são pré-candidatos à Presidência em 2026. Mendonça foi indicado para o Supremo pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Quem está à nossa frente em segurança pública? O Paraguai, a Argentina e o Chile. Esse é o nosso realidade. Estamos enfrentando sérios problemas no setor, mas poucos reconhecem isso. Quem conhece a área sabe que não se resolve uma doença grave com soluções superficiais. Não estou defendendo nenhuma política específica, apenas constatando a gravidade do problema”, explicou Mendonça ao mostrar comparações entre o Brasil, outros países da América Latina e países membros da OCDE.
O ministro também relatou uma tentativa frustrada de realizar um trabalho social em uma comunidade carioca, onde foi informado que só poderia entrar com a autorização do tráfico local. “Fui impedido de atuar porque o diálogo teria que ser feito com o tráfico”, relatou o ex-ministro da Justiça, que esteve no cargo entre abril de 2020 e março de 2021 na administração Bolsonaro.
Mendonça ressaltou que o enfrentamento ao crime organizado deve ser uma política permanente em defesa da sociedade, e não apenas uma pauta de governo.
Durante o evento, o ministro recusou elogios recebidos do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). “Agradeço, mas sou discreto por natureza. O papel de um magistrado é ser equilibrado e reservado”, afirmou. Ele disse preferir atuar com moderação e ponderação, sem grandes teorias, ressaltando que seu compromisso é manter equilíbrio e discrição em sua função no STF.
Conflito entre ministros
Discutia-se se a indenização deveria ser paga pelo procurador ou pelo Ministério Público Federal. Segundo Toffoli, Mendonça interpretou seu voto de forma errada, o que provocou reação do ministro. A situação se agravou quando Toffoli afirmou que Mendonça se exaltava com covardia, ao que Mendonça respondeu que Toffoli estava se exaltando desnecessariamente.

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