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Aneel e distribuidoras buscam controlar energia de painéis solares em residências

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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou uma reunião nesta sexta-feira com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e empresas distribuidoras de energia para debater estratégias de controle da geração distribuída, que é a energia produzida de forma descentralizada, principalmente por meio de painéis solares instalados em casas e comércios.

De acordo com a Aneel, o ONS detectou em 4 de maio e 10 de agosto deste ano que a alta quantidade de sistemas de micro e minigeração distribuída no sistema elétrico pode provocar instabilidades.

Foi constatado pelo ONS que o controle da frequência e da tensão no sistema é complicado devido ao aumento dessa geração distribuída, já que atualmente não há controle sobre a quantidade de energia que esses sistemas injetam na rede elétrica.

Na reunião recente, foram discutidos os desafios para implementar um controle efetivo da geração distribuída, incluindo a criação de procedimentos operacionais e formas de comunicação entre o ONS, as distribuidoras e demais agentes do setor.

Esse encontro aconteceu em um contexto de aumento significativo dos cortes na geração de energia nas usinas eólicas e solares nos últimos meses. Esses cortes atingem usinas centralizadas, que são instaladas por grandes empresas e fazem parte do sistema integrado. Em agosto, cerca de 26,4% da energia produzida por essas fontes foi interrompida, segundo análises do Itaú BBA.

A situação, conhecida como curtailment, exige que o ONS regule a produção de energia segundo a demanda do país em tempo real, o que às vezes implica em cessar a produção de certas fontes para evitar excesso de oferta.

Além disso, a falta de linhas de transmissão adequadas para transportar toda a energia gerada contribui para a necessidade desses cortes. As fontes intermitentes, como a eólica e a solar, são as mais impactadas, especialmente em dias de muito sol e vento, quando a geração excede a demanda.

Em agosto, um episódio crítico de excesso de geração ocorreu no Dia dos Pais, 10 de agosto, provocando um estresse operacional no setor elétrico que quase causou um colapso momentâneo, conforme relatório do ONS. No período entre 13h e 13h30, os cortes chegaram a níveis elevados, com a redução da produção de hidrelétricas e termelétricas e corte de até 98,5% do potencial das usinas eólicas e solares centralizadas naquele momento.

Essa situação representa um grande desafio para o setor elétrico, pois causa prejuízos para as empresas que investiram nessas fontes renováveis e não conseguem operar com a capacidade total de suas instalações.

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