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Ao lado de Xi, Macron diz que China e Europa estão numa “encruzilhada”
Macron tem o costume de abraçar seus colegas políticos. Desta vez, só apertou a mão de Xi
O presidente da França, Emmanuel Macron, e a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, instaram o presidente da China, Xi Jinping, a garantir um comércio mais equilibrado entre Europa e Pequim, no início da visita do líder chinês a Paris, durante a qual Macron também o pressionará sobre a Ucrânia.
Xi está na Europa pela primeira vez em cinco anos, num momento de tensões comerciais com a União Europeia. O líder chinês escolheu três países para visitar – França, Sérvia e Hungria – os três, em graus variados, olham com desconfiança para a ordem mundial dos EUA no pós-guerra, vêem a China como um contrapeso necessário e estão ansiosos por reforçar os laços económicos.
Macron disse que Europa e China se encontram numa “encruzilhada na história” que exige a resolução de dificuldades estruturais, incluindo a obtenção de condições de concorrência justa para as empresas do Velho Mundo.
“O futuro do nosso continente também dependerá muito claramente da nossa capacidade de desenvolver ainda mais de forma equilibrada a nossa relação com a China”, disse o francês no Palácio do Eliseu.
À Economist, Macron disse estar preocupado com o atraso da Europa na parte industrial com relação a EUA e China. “A Europa tem de responder agora, ou poderá nunca recuperar o atraso”, falou. O francês também criticou os EUA por “pararem de tentar fazer com que os chineses joguem conforme às regras do comércio internacional”.
Na mesma entrevista, o presidente francês também mostrou-se apreensivo com a corrida armamentista pelo mundo, com EUA e China liderando essa disputa, e atores como Rússia e Irã reforçando sua indústria bélica, causando preocupação no Ocidente. “A Europa pode morrer’, falou Macron.
“Apenas” um aperto de mão
Segundo a Reuters, o distanciamento dos líderes também foi visto na hora dos cumprimentos. Macron tem a tendência de abraçar seus colegas. Desta vez, porém, apenas apertou a mão de Xi.
Em breves comentários antes das negociações fechadas à imprensa, Xi respondeu que via as relações com a Europa como uma prioridade da política externa da China e que ambos deveriam permanecer comprometidos com a parceria.
“À medida que o mundo entra num novo período de turbulência e mudança, como duas forças importantes neste mundo, a China e a Europa devem reforçar esse posicionamento como parceiros, aderir ao diálogo e à cooperação…” disse Xi.
Ele programou sua chegada à Sérvia para coincidir com o 25º aniversário do bombardeio da OTAN O à Embaixada da China em Belgrado durante a guerra do Kosovo. Aquele ataque de 7 de Maio de 1999, pelo qual a Casa Branca pediu desculpas, matou três jornalistas chineses e desencadeou protestos em torno da Embaixada dos EUA em Pequim.
A doutrina oficial dos 27 membros da União Europeia define a China como “um parceiro para a cooperação, um concorrente económico e um rival sistémico”. Parece mesmo contraditório porque o bloco está dividido entre como equilibrar as oportunidades económicas na China com o risco de segurança nacional, o risco de segurança cibernética e o risco económico para várias indústrias.
Em Março, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, disse as jornalistas que a fórmula da Europa era “impraticável”.
Von der Leyen falou que China e Europa têm um interesse comum na paz e na segurança, mas que a relação é desafiada por questões ligadas ao acesso ao mercado e ao comércio.
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