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Apagão deixa Havana e várias regiões de Cuba no escuro
Milhões de habitantes do lado oeste de Cuba, incluindo Havana, ficaram sem energia elétrica na quarta-feira (3) devido a uma sobrecarga na rede da região, que enfrenta apagões constantes há dois anos.
Cuba vive uma crise econômica grave há cinco anos, caracterizada por inflação elevada e falta de diversos produtos.
Na capital, onde residem 1,7 milhão de pessoas, a queda de energia foi total. A companhia elétrica local informou que o serviço está interrompido.
A falha foi causada por uma desconexão em uma linha de transmissão que conecta duas usinas elétricas, provocando uma sobrecarga em parte da rede elétrica da ilha. O incidente aconteceu às 5h00, horário local.
Os técnicos da empresa nacional de eletricidade trabalham arduamente para resolver o problema, mesmo enfrentando os desafios impostos pelo bloqueio comercial e financeiro dos Estados Unidos, além da recuperação do furacão Melissa, afirmou o presidente Miguel Díaz-Canel. Ele reforçou a confiança na equipe de trabalhadores.
Apagões seguidos têm atingido os moradores da ilha desde 2024, com interrupções que podem durar mais de 20 horas ou até vários dias.
“Somos aposentados, e essa situação é especialmente difícil para nós. Não sabemos quando teremos acesso a água ou luz, ou quando será possível comprar algo”, relatou Estela Morales, de 78 anos, enquanto visitava um mercado em Havana com seu esposo.
“É uma situação muito difícil e não sabemos quando isso vai acabar, se é que vai acabar”, acrescentou, enquanto o país também enfrenta uma crise sanitária e social.
Outros Desafios
O governo atribui as dificuldades para reparar a rede elétrica ao embargo financeiro e comercial dos EUA, em vigor desde 1962. No entanto, economistas apontam que o investimento insuficiente do Estado no setor elétrico também contribui para o problema.
Em 29 de outubro, o furacão Melissa atingiu o leste da ilha com ventos de até 195 km/h, causando danos materiais significativos, embora não tenha provocado mortes.
A infraestrutura elétrica antiga, com usinas inauguradas nos anos 1980 e 1990, frequentemente apresenta falhas ou precisa de longas paradas para manutenção, agravadas pela falta de combustível.
Até o momento, a instalação de 30 parques solares com apoio da China não conseguiu resolver esses desafios.
Na segunda-feira, durante o horário de maior consumo, cerca de 59% da população estava sem eletricidade, conforme dados oficiais.
Além disso, os serviços de saúde enfrentam deterioração, e 30 pessoas, incluindo 21 crianças e adolescentes, faleceram devido à dengue e à epidemia de chikungunya, transmitidas por mosquitos.
A situação piora com o acúmulo de lixo nas ruas e o armazenamento de água parada em cisternas domésticas para compensar a falta de água corrente, que este ano afetou até três milhões de cubanos.


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