Apelido usado por Bolsonaro para Eduardo em mensagens reveladas

Jair Bolsonaro (PL) utilizou um apelido dado na adolescência a Eduardo Bolsonaro (PL) para se referir ao filho durante uma conversa encontrada no telefone do ex-presidente pela Polícia Federal (PF).

Chamado de “vagão”, uma forma pejorativa derivada de vagabundo, esse apelido era usado por Bolsonaro na época em que seu filho se dedicava ao surfe no Rio de Janeiro.

A expressão aparece em mensagens privadas entre pai e filho que foram divulgadas pela PF. Em 24 de junho, Jair Bolsonaro compartilhou um link com uma notícia sobre uma pesquisa eleitoral indicando que Eduardo Bolsonaro poderia perder para Lula em um possível segundo turno nas eleições de 2026, comentando ironicamente: “Você perde para o molusco. Vagão 39,1 x 41,6 Lula”.

Eduardo Bolsonaro respondeu de forma aparentemente irônica, sugerindo que poderia ficar fora da corrida presidencial e elogiando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que liderava a pesquisa contra Lula. Ele mencionou que Tarcísio teria um bom diálogo e falaria em anistiar os envolvidos, contando com o apoio do Supremo Tribunal Federal (STF).

As mensagens, encontradas no celular do ex-presidente, fazem parte de um relatório no qual a PF indiciou ambos por coação no curso do processo relacionado à tentativa de golpe de Estado, com julgamento previsto para setembro no STF.

Nas comunicações seguintes, Eduardo revela que atuou nos Estados Unidos para enfraquecer a ideia de que Tarcísio de Freitas seria o sucessor de seu pai. Ele expressa irritação com declarações do pai referentes a ele e menciona tensões relativas à política comercial com os Estados Unidos.

Em mensagens mais acaloradas, Eduardo chega a ameaçar abandonar suas articulações nos EUA se não receber apoio, mas ao final pede desculpas ao pai, reconhecendo que passou do ponto devido à frustração do momento.