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Apoiadores da iraniana Nobel da Paz continuam sem conseguir contatá-la após sua prisão
Os apoiadores da ativista iraniana e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, Narges Mohammadi, relataram que não tiveram nenhum contato com ela desde que foi detida na sexta-feira (12). Eles pedem que o governo da República Islâmica liberte a ativista e as dezenas de pessoas detidas junto com ela.
Narges Mohammadi recebeu o Nobel em 2023 e foi presa após participar de uma cerimônia em Mashhad que homenageava o advogado Josrow Alikordi, encontrado morto no início deste mês.
De acordo com o promotor de Mashhad, Hasán Hematifar, 38 pessoas foram presas no evento, incluindo Narges Mohammadi e outra importante ativista, Sepideh Gholian.
O irmão do advogado, Javad Alikordi, também foi detido no mesmo dia. Narges Mohammadi, que passou muitos anos sendo presa e libertada, havia sido liberada em dezembro de 2024 por questões de saúde.
Mesmo após a sua última prisão, Narges permaneceu ativa em seu ativismo. Desde então, ela não fez nenhuma ligação, e apenas alguns dos detidos conseguiram comunicar-se com familiares, informou sua fundação em nota oficial.
A fundação expressou grande preocupação com o estado físico e psicológico dos detidos e exigiu a libertação imediata e sem condições deles. Informou ainda que o caso foi encaminhado à Procuradoria Revolucionária de Mashhad, responsável por casos ligados à segurança nacional.
Até o momento, não há informações sobre o paradeiro ou as condições de Narges Mohammadi.
Imagens do evento mostraram Narges sem o véu obrigatório para mulheres em público no Irã, subindo em um carro diante de uma multidão que cantava slogans contra o regime. Ela foi detida de forma violenta, segundo a fundação, e acredita-se que mais de 50 pessoas foram presas no total.
O promotor Hasán Hematifar declarou que as investigações continuam, acusando Javad Alikordi, Sepideh Gholian e Narges Mohammadi de incitarem desordens e pronunciarem discursos provocativos durante o evento.
Josrow Alikordi, um advogado que representou pessoas detidas durante os protestos de 2022-2023, foi encontrado morto em seu escritório em 5 de dezembro.
Ativistas destacam que o Irã se mantém em um estado severo de repressão, com mais de 1.400 execuções neste ano, mais de cinco meses após o término do conflito de 12 dias contra Israel.

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