Brasil
Após embargo, principal obra contra crise hídrica de SP reduz força
Bombeamento ficou um dia embargado e teve ser limitado a 1m³/s.Ruas de Ribeirão Pires ficaram alagadas após início da transposição.
A obra de interligação entre os sistemas Rio Grande e Alto Tietê, principal intervenção contra a crise hídrica, sofreu um embargo no dia 8 de outubro, pouco mais de uma semana após sua inauguração. A Secretaria de Meio Ambiente de Ribeirão Pires informou que ruas do bairro de Ouro Fino ficaram alagadas após o início do bombeamento na Represa Billings.
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e a Prefeitura de Ribeirão Pires se reuniram e foi acordado que o bombeamento, que vai até 4m³/s, teria que ficar limitado a 1m³/s. Com isso, o desembargo foi realizado um dia depois, dia 9, e a empresa pôde atuar em “operação assistida”, com monitoramento da prefeitura de Ribeirão Pires e do DAEE.
Para a Sabesp poder voltar a operar, o DAEE teve que fazer o desassoreamento – limpeza no fundo do rio – do Rio Taiaçupeba-Mirim. A empresa teria se comprometido a fazer a limpeza da calha do rio até a divisa com Suzano.
“Eu te garanto que esses dias eles não bombearam por causa disso, porque tiveram que fazer muita limpeza, e com as máquinas dentro do rio não tinha condições deles bombearem”, disse nesta terça-feira (20) o secretário de meio ambiente de Ribeirão Pires, Gerson Goulart.
Ainda nesta terça, após visita ao local das obras, o secretário disse que constatou que a Sabesp voltou a bombear nesta segunda-feira (19) um volume de 0,8m³/s.
Já a Sabesp afirma que a operação assistida já começou e a empresa está bombeando o volume permitido desde o dia 9.
Ainda segundo a Secretaria de Meio Ambiente, a obra da Sabesp terá que passar por uma série de adequações para poder aumentar o volume do bombeamento e chegar aos 4m³/s, como a instalação de sensores para o fechamento das válvulas em caso de transbordamento.
Obra de interligação
A obra de interligação foi entregue no dia 30 de setembro pelo governador Geraldo Alckmin. A interligação pode bombear até 4 m³/s da Billings para a represa de Taiaçupeba, que integra o Sistema Alto Tietê. Isso vai aumentar a entrada de água em cerca de 26%. A medida visa socorrer o Alto Tietê, que vive situação crítica segundo o governo de São Paulo.
O Alto Tietê é responsável pelo abastecimento de 5 milhões de pessoas na Grande São Paulo, a maioria parte na Zona Leste e municípios da região metropolitana.
Atraso
A obra havia sido anunciada inicialmente para maio deste ano. Em abril, a Sabesp já havia destacado o tamanho da obra para justificar a impossibilidade de entregar a interligação em maio: “tratam-se de ajustes normais dado o tamanho e a complexidade de uma obra desse porte”, informou a companhia à época. Alckmin justificou durante a inauguração:
“Claro que nós gostaríamos que ficasse pronta antes. Mas uma obra desse tamanho, você sempre depende de licenciamento ambiental, de uma série de coisas que às vezes nem é o próprio governo que controla. Nós tivemos no Guaió, por exemplo, uma ajuda importante da Petrobras, para passar os dutos. Mas eu diria que é um prazo recorde, você fazer uma obra, em questão de meses, desse tamanho, dessa dimensão”, afirmou.
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