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Argentina inicia teste rápido de coronavírus em estação de metrô

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Objetivo do país é estudar a velocidade de circulação do vírus e definir os próximos passos em sua (até agora) bem-sucedida estratégia contra a pandemia

Covid-19: Argentina foi o 1º país da América Latina que adotou medidas drásticas de distanciamento social (/)

O governo da Argentina começa a realizar nesta sexta-feira, 24, testes rápidos de coronavírus em pessoas que voluntariamente concordar em se submeter ao exame. Os testes serão oferecidos inicialmente nas proximidades da estação de metrô e trens de Constitución, a maior de Buenos Aires, e depois serão estendidos para outras regiões.

O Ministério da Saúde recebeu 170.000 kits da China, primeiro lote de um total de 440.000 kits doados por um grupo farmacêutico local.  A ideia é realizar os testes rápidos para investigar o percentual da população que já teve contato com o vírus, o que ajudaria o governo a traçar os próximos passos para lidar com a pandemia.

Os testes rápidos são usados em estudos epidemiológicos para verificar a intensidade de circulação do vírus. Por meio da análise de uma amostra de sangue, esses testes medem a quantidade de anticorpos que o organismo produz ao entrar em contato com um invasor. Dessa maneira, podem indicar se uma pessoa, mesmo assintomática, esteve em contato com o vírus que causa a covid-19. Os resultados dos testes que a Argentina vai utilizar saem em 1 a 20 minutos.

Esse tipo de teste, contudo, tem alto grau de imprecisão, uma vez que não detecta o vírus em pessoas em estágio inicial de infecção. Nesse aspecto, os testes rápidos são comparados aos kits de gravidez vendidos em farmácias, que só funcionam se realizados em períodos certos do ciclo menstrual.  Para confirmar se uma pessoa foi mesmo infectada pelo novo coronavírus, o governo argentino realiza o teste PCR, no qual uma amostra de secreção nasal e da garganta passa por uma análise laboratorial minuciosa do material genético. Nesse método, o resultado pode demorar horas – ou até mesmo dias.

A Argentina foi o primeiro país na América Latina que confirmou uma morte pelo novo coronavírus, no dia 7 de março. Foi também o primeiro país da região que adotou medidas drásticas de distanciamento social. Desde 20 de março, a população está autorizada a sair às ruas apenas para atividades essenciais, como comprar alimentos e medicamentos. As restrições durariam inicialmente 12 dias, mas o presidente Alberto Fernández já prorrogou a quarentena duas vezes – o prazo se encerra neste domingo, mas a tendência é que seja estendido mais uma vez, até o início de maio.

Apesar do rigor das medidas, a popularidade de Fernández está em alta no país, diante dos bons resultados alcançados até agora. Segundo o governo argentino, algo em torno de 90% da população tem respeitado a quarentena. (No Brasil, a taxa era de 48% na quarta-feira, 22, segundo os últimos números divulgados pela startup InLoco.)

Quando começou o período de distanciamento social, a previsão era que o país teria 45.000 casos em três semanas. Até ontem, a Argentina, que tem 44 milhões de habitantes, registrava 3.288 casos de pessoas infectadas e 159 mortos.

Com uma população equivalente à da Argentina, o estado de São Paulo, segundo balanço divulgado ontem à tarde, teve 211 novas mortes em apenas 24 horas.  Ao todo, o estado tem 16.740 casos e 1.345 vítimas confirmadas.

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