Economia
Arrecadação federal atinge recorde em setembro desde 2000

A Receita Federal divulgou que a arrecadação de impostos e contribuições federais alcançou R$ 216,727 bilhões em setembro, representando o maior volume registrado para este mês desde o ano 2000. Esse valor ficou ligeiramente abaixo da mediana esperada pelo mercado, que estimava R$ 217,400 bilhões, com previsões variando entre R$ 211,461 bilhões e R$ 265,785 bilhões.
Em comparação com setembro de 2024, houve um crescimento real de 1,43%, já descontada a inflação. Frente a agosto de 2025, o aumento real foi de 3,30%. É importante considerar que comparações mensais podem sofrer influência de fatores sazonais.
A arrecadação do IOF atingiu R$ 8,455 bilhões, apresentando uma alta real de 33,42% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse desempenho foi atribuído às operações envolvendo saída de moeda estrangeira e crédito para pessoas jurídicas, em decorrência de mudanças recentes na legislação, conforme destaca a Receita em nota oficial.
Apesar das tentativas do Congresso Nacional de anular os decretos que elevaram as alíquotas do IOF, parte dessas medidas foi mantida por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
O Imposto de Renda Retido na Fonte sobre capital (IRRF-Capital) registrou R$ 10,515 bilhões, um aumento real de 10,21% sobre igual período do ano anterior. Destacam-se as variações nominais de 15,04% em aplicações de renda fixa para pessoas físicas e jurídicas, 12,57% na arrecadação de fundos de renda fixa e impressionantes 154,59% nos juros sobre capital próprio.
A receita previdenciária registrou R$ 58,164 bilhões, crescendo 1,49% em termos reais, impulsionada pelo aumento de 6,66% da massa salarial e por um crescimento de 20,89% nas compensações tributárias relacionadas a débitos previdenciários.
Acumulado do ano
De janeiro a setembro de 2025, a arrecadação federal totalizou R$ 2,105 trilhões, o maior montante para o período desde 2000, correspondendo a um crescimento real de 3,49% na comparação com o ano anterior.
A receita previdenciária somou R$ 523,689 bilhões no acumulado, com alta real de 3,16%, suportada pelo crescimento da massa salarial (6,04%) e pelo aumento de 14,17% nas compensações tributárias relativas à receita previdenciária. Também contribuiu para o resultado a reoneração escalonada da contribuição patronal dos municípios e da folha de pagamento, conforme a Lei nº 14.973/24, implementada a partir de janeiro de 2025.
A arrecadação com PIS e Cofins atingiu R$ 428,564 bilhões, apresentando crescimento real de 3,08%, impulsionada pelo bom desempenho de instituições financeiras e pela exploração de jogos de azar pelas casas de apostas. Já o Imposto de Importação (IPI) e o IPI vinculado à importação totalizaram R$ 92,669 bilhões, com crescimento real de 16,0%, influenciado pela valorização de 7,53% na taxa média de câmbio e acréscimo de 9,06% na alíquota média do IPI.

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