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Assata Shakur falece em Cuba aos 78 anos

Assata Shakur, uma ativista negra que recebeu asilo político em Cuba após escapar em 1979 de uma prisão nos Estados Unidos, onde cumpria prisão perpétua por sua condenação na morte de um policial, faleceu recentemente aos 78 anos, conforme anunciaram sua filha e o governo cubano.
Shakur, cujo nome original era Joanne Deborah Chesimard, morreu na quinta-feira em Havana, capital cubana, devido a problemas relacionados à saúde e sua idade avançada, informou o Ministério das Relações Exteriores de Cuba em nota oficial. A filha dela, Kakuya Shakur, também confirmou a morte em uma publicação no Facebook.
O caso de Shakur sempre foi delicado nas relações entre os Estados Unidos e Cuba, com autoridades americanas, inclusive o presidente Donald Trump durante seu mandato inicial, exigindo por muitos anos sua extradição do país comunista.
Contexto Histórico
De acordo com Shakur e seus simpatizantes, ela era alvo de perseguição por atos que não praticou ou que considerava legítimos. O FBI chegou a incluí-la em sua lista dos “terroristas mais procurados”.
Integrante dos Panteras Negras e do Exército de Libertação Negra, Shakur e duas outras pessoas se envolveram em um confronto armado com a polícia estadual de Nova Jersey após uma blitz em 2 de maio de 1973. Durante o tiroteio, o policial Werner Foerster foi morto e outro policial ficou ferido; um dos companheiros de Shakur também perdeu a vida.
Na época, Shakur era procurada por múltiplos crimes, incluindo assalto a banco. Ela fugiu inicialmente, mas foi capturada posteriormente. Em seus escritos enviados de Cuba ao longo dos anos, reivindicou que não disparou nenhuma arma e que estava com as mãos levantadas quando foi ferida.
Condenada em 1977 por homicídio, assalto à mão armada e outros delitos, foi sentenciada à prisão perpétua, mas escapou em novembro de 1979. Membros do Exército de Libertação Negra, disfarçados de visitantes, invadiram a Penitenciária Clinton para mulheres, fizeram reféns e usaram uma van da prisão para libertá-la. Após sua fuga, ela reapareceu somente em 1984 em Cuba, onde o então líder Fidel Castro lhe concedeu asilo, segundo o FBI.
Outro integrante do grupo, Sundiata Acoli, também condenado pelo assassinato de Foerster, teve sua liberdade condicional concedida em 2022. Seus advogados destacaram que ele cumpriu quase trinta anos como um preso exemplar e atuou como mentor para outros detentos.

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