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Assessor preso com 14 milhões pagava até faculdade da filha do prefeito

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O servidor público Paulo Iran, identificado como o operador financeiro do prefeito de São Bernardo do Campo, Marcelo Lima (Podemos), utilizava recursos provenientes de repasses ilegais para pagar despesas pessoais, incluindo cartão de crédito, passagens aéreas e a mensalidade da faculdade da filha do prefeito.

Este fato desencadeou uma operação da Polícia Federal que culminou com o afastamento de Marcelo Lima, ocorrido em 14 de agosto. Entre os documentos do inquérito, constam recibos de pagamentos expressivos, como o boleto da mensalidade de R$ 8.284,95, referente à faculdade de Gabrielle Lima Fernandes, filha do prefeito. Gabrielle recebeu o Auxílio Emergencial durante a pandemia, período em que Marcelo Lima atuava como vice-prefeito.

Durante as investigações, a PF encontrou mais de R$ 12 milhões em espécie e considerável quantia em dólares na residência de Paulo Iran, além de dinheiro guardado no veículo Jeep Compass. No local, foram apreendidas anotações com codinomes utilizados para organizar a distribuição dos valores ilícitos, que eram entregues aos beneficiários em mochilas e caixas de papelão.

Paulo Iran é apontado como peça chave na gestão desses recursos, recebendo dinheiro de pelo menos quinze empresas ligadas aos setores de saúde e obras da prefeitura, entre elas a Quality Medical, responsável pela distribuição de medicamentos na cidade. A empresa é acusada de realizar repasses que totalizam R$ 670 mil.

O operador utilizava um telefone paralelo para se comunicar de forma codificada com Antônio Renê da Silva Chagas, funcionário público que colaborava na divisão dos recursos ilícitos. Ambos foram presos durante a operação da PF.

A relação entre Paulo Iran e o prefeito Marcelo Lima remonta a julho de 2022, evidenciada por mensagens em que o prefeito solicitava que o assessor realizasse pagamentos em seu nome. Atualmente, Paulo Iran é funcionário comissionado no gabinete do deputado estadual Rodrigo Moraes (PL), gabinete que contou com a presença da primeira-dama de São Bernardo, Rosangela Lima.

Essa situação aponta para a influência política direta de Marcelo Lima sobre as nomeações e movimentações financeiras que integram o esquema, caracterizando-o como o principal articulador das operações ilegais.

Além de Paulo Iran e Antônio Renê, outros envolvidos foram identificados, como o secretário de Coordenação Governamental Fabio Augusto do Prado, o servidor da Câmara Roque Araújo Neto e sócios de empresas como a Quality Medical e o Consórcio São Bernardo Soluções, todos ligados a pagamentos e movimentações suspeitas.

O vereador Danilo Lima de Ramos e o vereador Ary José de Oliveira também são mencionados nas investigações, assim como o ex-secretário municipal Paulo Sérgio Guidetti.

O deputado Rodrigo Moraes declarou que já providenciou a exoneração de Paulo Iran para garantir a transparência e ética durante as apurações. A prefeitura de São Bernardo do Campo ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.

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