Ataque armado deixa 27 mortos no centro da Nigéria

Homens armados assassinaram 27 pessoas no estado de Plateau, localizado no centro-norte da Nigéria, em um novo episódio de violência na região conturbada, conforme informaram fontes locais à AFP nesta terça-feira (15).

O estado de Plateau, junto com outras áreas do Cinturão Médio nigeriano, enfrenta conflitos graves entre agricultores e pastores por posse de terra e recursos naturais, além da violência provocada por grupos armados conhecidos como “bandidos”.

Haggai Gankis, residente da região, relatou que na noite de segunda-feira, por volta das 21h, os agressores invadiram o assentamento de Jebu-Rahoss, na área administrativa de Riyom, portando armas de fogo e facões.

Ele atribuiu o ataque aos pastores, enquanto Chuwang David, outro morador, responsabilizou os bandidos.

“Estávamos dormindo quando ouvimos os disparos; os atacantes abriram fogo contra várias pessoas e também utilizaram facões”, disse David.

Gankis informou que 27 pessoas inocentes foram mortas a tiros, a maioria delas mulheres.

O presidente do conselho local, Sati Bature Shuwa, confirmou o ataque, mas não detalhou o número de vítimas.

Segundo moradores, um número não especificado de feridos foi levado para hospitais da região.

Plateau tem sido palco de tensões entre pastores e agricultores, que envolvem práticas como envenenamento de gado, em disputas por terras e áreas de pastagem.

Este estado, que possui uma população com diversidade étnica e religiosa, tem agricultores majoritariamente cristãos e pastores muçulmanos da etnia fulani, o que adiciona um componente sectário aos conflitos.

Disputas por terra, junto a tensões políticas e econômicas entre residentes locais e estrangeiros, têm acentuado os conflitos nas últimas décadas, agravados pela atuação de líderes religiosos muçulmanos e cristãos.

Um relatório recente da Anistia Internacional revelou que nos últimos dois anos cerca de 2.600 pessoas perderam suas vidas em ataques no estado de Plateau, onde a maior parte da violência ocorre em áreas com pouca presença policial ou governamental.