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Ataque armado perto de boate no Equador deixa oito mortos

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Oito pessoas perderam a vida no último domingo (10), após um grupo de homens armados disparar contra uma multidão nos arredores de uma boate localizada em uma área rural do sudoeste do Equador, conforme informou a Polícia local.

Os agressores chegaram ao local em duas caminhonetes e abriram fogo contra um grupo que consumia bebidas na via pública, em frente à entrada da discoteca, por volta da 01h15 do horário local (03h15 de Brasília) na localidade de Santa Lucía, situada na província de Guayas.

Entre as vítimas fatais está um homem identificado como Jorge Urquizo, irmão do prefeito do município, que conta com cerca de 38.000 habitantes, e proprietário da boate.

As autoridades foram acionadas por meio de uma ligação que informou os disparos, chegando ao local para encontrar várias pessoas feridas e sete corpos, conforme declarou o coronel da Polícia, Xavier Chango, em coletiva de imprensa na manhã de domingo.

A oitava vítima mortal faleceu durante o atendimento hospitalar. Outras duas pessoas ficaram feridas no ocorrido.

No local do ataque, foram recolhidas aproximadamente 80 cápsulas de munição de nove milímetros e também de fuzis automáticos.

À tarde, a Polícia isolou a área próxima à boate, onde manchas de sangue ainda podiam ser vistas na rua, segundo imagens obtidas pela AFP.

Após o tiroteio, os autores retornaram aos veículos e fugiram por uma rota desconhecida, acrescentou o coronel.

Ainda na região, um homem armado com um revólver foi detido enquanto circulava em uma caminhonete, mas não foi possível confirmar sua participação no ataque.

Alta violência urbana

Os corpos das vítimas — sete homens e uma mulher — foram levados para um necrotério na cidade vizinha de Daule, onde familiares os receberam em cerimônias fúnebres na tarde de domingo.

A Polícia ainda investiga os motivos que levaram ao ataque.

A Prefeitura de Santa Lucía declarou luto oficial no dia do ocorrido. O gabinete do prefeito, Ubaldo Urquizo, expressou solidariedade e pediu orações à comunidade em suas redes sociais.

Antes considerado um dos países mais pacíficos da América Latina, o Equador hoje enfrenta um aumento significativo da violência devido à disputa entre gangues, que exploram os portos estratégicos do país, a economia dolarizada e a corrupção em setores públicos.

Segundo fontes oficiais, cerca de 73% da cocaína produzida globalmente passa pelos portos equatorianos. No ano de 2024, o país alcançou a marca recorde de 294 toneladas de drogas apreendidas, principalmente cocaína, contra 221 toneladas em 2023.

A província de Guayas é uma das quatro onde o presidente Daniel Noboa instaurou recentemente estado de exceção por dois meses, buscando conter a violência das gangues criminosas.

Apesar da atuação militar em áreas problemáticas e dos estados de exceção recorrentes, os índices de mortes violentas permanecem elevados.

Entre janeiro e maio deste ano, foram computados 4.051 homicídios, segundo dados oficiais, caracterizando o início de ano mais violento da história recente do país.

Em 2023, o Equador registrou o maior índice de homicídios da sua história, alcançando 47 mortes por 100.000 habitantes.

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