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Ataque de Israel mira líderes do Hamas no Catar

Na terça-feira (9), Israel realizou um ataque no Catar, com foco em líderes do Hamas que estavam agrupados em um complexo residencial em Doha, a capital deste emirado rico do Golfo, aliado próximo dos Estados Unidos.
Israel não divulgou os resultados do ataque, mas o movimento islâmico palestino Hamas garantiu que seus principais comandantes, alvo da ação, sobreviveram. Seis pessoas perderam a vida na operação, segundo detalhamento do grupo.
A seguir, entenda os detalhes conhecidos sobre esse ataque no Catar, que abriga o escritório político do Hamas, uma base militar americana significativa e exerce papel de mediador na guerra entre Israel e Hamas em Gaza.
Local do ataque
O ataque aconteceu às 15h46 locais (09h46 em Brasília) em um bairro residencial no norte de Doha, área que reúne residências de diplomatas estrangeiros, embaixadas, escolas e uma creche.
Testemunhas relataram diversas explosões e observaram uma grande coluna de fumaça no céu.
Os bombardeios atingiram um edifício residencial com membros do Hamas. A polícia isolou rapidamente a região, que continuava bloqueada na quarta-feira (10).
Desde 2012, o Catar abriga o escritório político do Hamas com aprovação dos Estados Unidos, que na época buscavam manter canais de comunicação com o grupo, tido como terrorista por muitos países ocidentais.
O antigo líder do Hamas, Ismail Haniyeh, que faleceu em um ataque israelense em Teerã, em julho de 2024, foi sepultado ali.
Em dezembro de 2024, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, admitiu que seu país foi responsável pela morte de Haniyeh.
Outros líderes do Hamas, como Khaled Meshaal e Khalil al-Hayya – chefe das negociações para cessar-fogo em Gaza – residem no Catar.
Quem eram os alvos?
Fontes próximas ao Hamas indicam que seis líderes da organização estavam no local durante os bombardeios: Khalil al-Hayya, Khaled Meshaal, Zaher Jabarin (dirigente na Cisjordânia), e também Bassem Naim, Ghazi Hamad e Taher al-Nunu.
A agência AFP não conseguiu contato com nenhum deles desde então.
Segundo o dirigente do Hamas, Souheil al-Hindi, a reunião buscava discutir a última proposta do presidente americano Donald Trump para um cessar-fogo e a libertação dos reféns em Gaza.
O Hamas afirmou em comunicado que seus líderes sobreviveram ao ataque, mas confirmou seis mortes.
Quem perdeu a vida?
O Ministério do Interior do Catar confirmou três mortes até o momento.
Entre as vítimas está o suboficial catari Badr Saad Mohammed Al-Humaidi Al-Dosari, que estava em serviço no local; Hamam Khalil al-Hayya, filho de Khalil al-Hayya; e Mumen Hassoune, identificado pelo Hamas como guarda-costas.
O grupo palestino também anunciou a morte de Jihad Labad, chefe de gabinete de Khalil al-Hayya, além dos seguranças Ahmad Mamluk e Abdallah Abdelwahed.

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