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Ataque mata 12 pessoas em tribunal no Paquistão

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Pelo menos 12 pessoas perderam a vida nesta terça-feira, 11, em um ataque realizado por um homem-bomba na frente de um tribunal em Islamabad, capital do Paquistão, conforme anunciado pelo ministro do Interior do país. Este evento é a última manifestação de uma série de atos violentos em todo o território paquistanês.

“Um ataque ocorreu em Kachehri”, o tribunal distrital, relatou o ministro Mohsin Naqvi. O agressor explodiu os explosivos ao lado de um carro da polícia. Até o momento, nenhuma organização assumiu a responsabilidade pelo atentado ocorrido no meio-dia (horário local), que também feriu cerca de 27 pessoas, mas as autoridades enfrentam desafios recentes devido ao ressurgimento do Talibã paquistanês.

Testemunhas descreveram um cenário de pânico logo após a explosão. O estrondo foi ouvido a quilômetros de distância, ocorrendo em um horário movimentado, quando a área externa do tribunal está cheia de centenas de pessoas que participam de audiências.

O atacante tentou “entrar no prédio do tribunal, mas, sem conseguir, detonou perto de uma viatura policial”, acrescentou Naqvi. Relatos iniciais da mídia estatal e de oficiais de segurança indicavam que a explosão teria sido causada por um carro-bomba.

Naqvi afirmou que o ataque foi “feito por elementos apoiados pela Índia e representantes do Taleban afegão”, relacionados ao Taleban paquistanês. Entretanto, autoridades continuam investigando todos os detalhes sobre o incidente.

Segundo veículos de mídia, as vítimas eram principalmente pessoas comuns ou aquelas que estavam no local para participar das audiências. A polícia de Islamabad ainda não divulgou declarações oficiais, mas confirmou que as investigações estão em andamento.

Várias pessoas gravemente feridas clamavam por ajuda enquanto ambulâncias chegavam ao local. “Todos começaram a correr em diferentes direções”, relatou Mohammad Afzal, que estava no tribunal no momento da explosão.

Ataque em academia militar durante a noite

Na noite de segunda-feira, 10, forças de segurança paquistanesas impediram que militantes fizessem cadetes reféns em uma academia militar. Um homem-bomba e outros cinco atacantes tentaram invadir a instalação na cidade de Wana, na província de Khyber Pakhtunkhwa, próxima à fronteira com o Afeganistão.

Conforme o chefe de polícia local, Alamgir Mahsud, dois militantes foram mortos rapidamente, enquanto três conseguiram entrar em um bloco administrativo onde ficaram cercados. As forças do exército conduziram uma operação para eliminar os invasores até a manhã seguinte.

O bloco administrativo fica separado do prédio principal onde ficam os cadetes e funcionários.

Promessa do primeiro-ministro

O primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif, condenou os ataques em Islamabad e Wana, exigindo uma investigação completa. Ele declarou que os responsáveis devem ser capturados e julgados rapidamente. “Garantiremos que os culpados sejam punidos”, afirmou.

Sharif descreveu os ataques contra civis desarmados como “inadmissíveis” e assegurou: “Não permitiremos que a morte de cidadãos inocentes seja em vão”.

O Taleban paquistanês (TTP) ganhou força desde que assumiu o controle em Cabul em 2021. Acredita-se que muitos brigadistas estejam refugiados no Afeganistão. O Paquistão tem visto um aumento das ações militantes nos últimos anos.

Negociações de paz entre Paquistão e Afeganistão estão estagnadas

As relações entre os dois países tensaram recentemente. Cabul acusou Islamabad pelos ataques a drones de 9 de outubro, que mataram várias pessoas na capital afegã, e prometeu retaliação. Os confrontos entre os dois lados resultaram em mortes de soldados, civis e militantes, até que o Catar facilitou um cessar-fogo em 19 de outubro, o qual permanece vigente.

Desde então, duas rodadas de negociações ocorreram em Istambul, a última em 6 de novembro, mas não houve acordo após Cabul se recusar a dar garantia por escrito de que o TTP e outros grupos militantes não usariam o território afegão contra o Paquistão.

Um cessar-fogo anterior entre Paquistão e TTP, mediado por Cabul em 2022, desmoronou depois que o grupo acusou Islamabad de descumpri-lo.

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