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Ataques a ônibus: polícia desconfia da motivação do autor

A Polícia Civil não se convenceu com o depoimento de Edson Campolongo, servidor público de 68 anos, acusado de 17 ataques a ônibus na região metropolitana de São Paulo. Ele afirmou que sua intenção era “consertar o Brasil”, porém os investigadores duvidam dessa justificativa.
Segundo a apuração, Edson reside em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, e atua há mais de 30 anos como motorista na Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). No último ano, trabalhou diretamente para o chefe de gabinete.
O delegado seccional de São Bernardo, Domingos Paulo Neto, afirmou que a polícia identificou um Volkswagen Virtus branco, usado em vários ataques e que seria um veículo oficial do governo. “Ele é motorista do chefe de gabinete [do CDHU], que trabalha no centro de São Paulo e mora em São Bernardo. Diariamente o carro circula entre essas cidades”, explicou Domingos.
Foram apreendidos nas casas ligadas a Edson bolas de aço, estilingues e outros materiais. Ele declarou que comprou parte desses objetos no ano anterior e escolhia os alvos de forma aleatória. Os ataques ocorreram em São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo.
Edson também teria envolvido o irmão, Sergio Aparecido Campolongo, 56 anos, que teria participado de ao menos duas ações. Ambos tiveram prisão preventiva solicitada pela polícia, que investiga possíveis ligações com grupos políticos ou militantes.
Imagens de câmeras de segurança mostram o suspeito lançando um coquetel molotov em um ônibus. A jaqueta usada por ele foi usada como evidência da autoria.
Os irmãos podem responder por dano qualificado e atentado contra serviço de utilidade pública. Diferente de outros suspeitos detidos em meio à série de ataques, Edson se destaca por realizar atos consecutivos de vandalismo.
Até o momento, a Polícia Militar realizou 22 prisões, incluindo 14 adultos e 8 adolescentes. O diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Ronaldo Sayeg, indicou que as investigações continuam considerando uma possível disputa entre sindicatos ou companhias de ônibus que perderam contratos. A hipótese de desafios de internet foi descartada.
“Acreditamos que esta prisão pode impulsionar as investigações em andamento, pois já temos uma ideia do que pode ter motivado esses ataques. Não acreditamos em uma única motivação: existem efeitos em cadeia, diferentes propósitos iniciais, e situações oportunistas”, explicou Ronaldo.

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