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Ataques são ‘intoleráveis’, diz Alckmin sobre chacinas na Grande SP
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse na tarde desta sexta-feira (14) em seu perfil no microblog Twitter que “são intoleráveis” os ataques que resultaram em 19 mortos e sete feridos em Osasco, Barueri e Itapevi, na Grande São Paulo.
“Meus sentimentos e total solidariedade aos familiares e amigos das vítimas. Estamos monitorando os acontecimentos desde a madrugada, dando prioridade máxima ao caso. Criamos uma força-tarefa com 50 policiais civis, 12 peritos e 8 médicos legistas para que as investigações sejam feitas o mais rápido possível. Não vamos descansar até que os responsáveis sejam presos. Nenhuma hipótese está sendo descartada pelas investigações”, disse o governador no Twitter.
Alckmin chegou por volta das 15h à sede da Delegacia Seccional de Osasco, onde as investigações do caso estão concentradas. Ele voltou a transmitir solidariedade às famílias das vítimas e disse que a polícia “está fazendo um trabalho com maior empenho”. “Temos mais de 50 policiais, mais de 12 peritos criminais e o secretário de segurança, Alexandre de Moraes, para identificar os criminosos e prender o mais rápido possível”, afirmou.
O secretário Alexandre de Moraes disse que 19 pessoas morreram nos ataques da noite desta quinta-feira (13) nos municípios de Osasco, Barueri e Itapevi, na Região Metropolitana de São Paulo. Outras sete pessoas ficaram feridas. Mais cedo, a Polícia Civil falava em 20 mortes e não citava o ataque em Itapevi.
De acordo com Moraes, 15 mortes foram em Osasco, três em Barueri e uma em Itapevi. “É a maior chacina deste ano”, afirmou o secretário. Seis vítimas já foram identificadas – cinco delas tinham antecedentes criminais.
A polícia apura o elo entre os crimes e a morte de um PM e de um guarda civil nos últimos dias na região. Ninguém havia sido preso até o começo da tarde desta sexta-feira (14).
“Não há uma hipótese principal de investigação, mas não é descartada a possível relação com dois outros latrocínios que ocorreram na sexta-feira passada e o outro em Barueri”, disse o secretário.
“Não descartamos nenhuma hipótese, e o envolvimento de policiais no caso deverá ser uma das teses possíveis levadas em consideração”, completou.
O prefeito de Osasco, Jorge Lapas, já havia afirmado que a série de ataques pode ter relação com as mortes do PM e do guarda civil neste mês. O PM foi atingido por 14 disparos quando chegava para fazer um “bico” em Osasco. Já o guarda foi baleado durante uma tentativa de assalto a uma adega, em Barueri.
De acordo com o prefeito, nos ataques desta quinta os matadores perguntavam se os alvos tinham ficha criminal. “Alguns vídeos que temos visto mostram que eles entraram encapuzados, perguntaram se as pessoas tinham antecedentes e atiravam nas que tinham.”
Famílias das vítimas dos ataques foram ao Instituto Médico Legal (IML) de Osasco para liberar os corpos na manhã desta sexta-feira. Em desespero, os parentes se diziam revoltados com a falta de segurança em seus bairros e afirmavam que seus familiares não tinham qualquer ligação com o mundo do crime.
Ao todo, 12 locais foram atacados. Investigadores encontraram neles cápsulas de armas de revólver calibre 38, 380 e pistola 9 mm – esta última é uma arma privativa das Forças Armadas. Antes, a Polícia Civil disse ter encontrado pistolas ponto 45.
Segundo o secretário, a perícia vai analisar as cápsulas para ver se os crimes teriam sido cometidos pelo mesmo grupo ou por grupos diferentes.
Na operação, trabalhará uma equipe de 50 policiais civis, sendo 30 do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro) e 20 do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Serão 12 peritos e 8 médicos legistas. Na tarde desta sexta, haverá uma reunião do secretário da Segurança com a Seccional de Osasco para definir a sequência da investigação.
Onde foram os ataques
Os ataques começaram às 20h30, em um bar no Jardim Munhoz Júnior, em Osasco, já perto do limite com Barueri. Quatro pessoas baleadas morreram no bar. Outras seis morreram pouco depois ao serem socorridas.
Uma testemunha contou ao Bom Dia São Paulo como foi a ação dos criminosos. “Chegaram dois carros com vários indivíduos, em frente ao bar. Não procuraram por ninguém. Chegaram aqui, bateram em todo mundo que eles viram e saíram correndo rapidamente, saíram rua abaixo e chegaram aqui embaixo, onde deram mais tiros em um pessoal que estava parado lá, também não acertou ninguém, mas foram embora”, relatou a testemunha, que não quis se identificar.
Vários ataques ocorreram nas horas seguintes em outras ruas de Osasco: Moacir Sales D’Ávila, Suzano, Vitantônio de Abril e Professora Sud Menucci e nas avenidas Eurico Cruz e Astor Palamin. Segundo testemunhas, os ataques aconteceram até as 22h na cidade.
Já em Barueri, uma pessoa foi morta por volta das 22h15 na Rua Carlos Lacerda. Cerca de uma hora depois, outros dois homens foram assassinados a tiros na Rua Irene. “Esses dois indivíduos baleados estavam sentados tomando uma bebida quando pessoas saíram do carro e passaram a atirar contra eles”, disse o sargento da PM Flávio Sabino.
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