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Atiradores planejaram atentado em Sydney com cuidado, revela polícia
Dois homens foram acusados pelo ataque antissemita que vitimou 15 pessoas em uma praia de Sydney, Austrália, na última semana. A polícia informou, por meio de documentos judiciais divulgados na segunda-feira (22), que os atiradores organizaram o atentado com muito planejamento ao longo de meses e realizaram treinamentos táticos no campo.
Um homem e seu filho foram identificados como os responsáveis por abrir fogo contra uma multidão que celebrava o Hanukkah, a festa judaica, em 14 de dezembro na famosa praia de Bondi.
Em um momento de luto nacional, o país realizou um minuto de silêncio no domingo, exatamente uma semana após o ocorrido. As autoridades alegam que a motivação do ataque foi ideológica, inspirada pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Os documentos apontam que os suspeitos fizeram um treinamento com armas de fogo em uma área rural de Nova Gales do Sul, o mesmo estado onde fica a praia de Bondi.
A polícia destacou que o atentado foi cuidadosamente planejado durante vários meses. Fotos mostram ambos os homens realizando disparos e praticando táticas militares. Além disso, foi encontrado um vídeo em um dos celulares em que os autores criticam sionistas diante de uma bandeira do EI, recitando passagens do Alcorão e explicando suas motivações.
Os suspeitos também fizeram uma visita de reconhecimento à praia alguns dias antes do ataque, uma das ações terroristas mais graves no país das últimas décadas.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, afirmou que pretende apresentar novas leis mais rígidas para combater discursos de ódio e o extremismo. Ele pediu desculpas à comunidade judaica e reafirmou o compromisso do governo em proteger os direitos dos judeus australianos de viver sua fé com orgulho e liberdade.
Nos dias seguintes, moradores e visitantes continuaram a prestar homenagens silenciosas no memorial das vítimas na praia de Bondi, deixando flores e mensagens de respeito.
Medidas governamentais
O governo federal anunciou mudanças significativas na legislação referente à posse de armas e ao discurso de ódio, além de uma revisão dos serviços de inteligência e policiais. Já havia sido apresentado um plano para recolher armas das ruas por meio de recompra.
No estado de Nova Gales do Sul, o parlamento será convocado para debater as reformas mais severas do país sobre armas, incluindo a proibição de símbolos terroristas como a bandeira do EI, flagrada em um veículo ligado a um dos suspeitos.
Chris Minns, líder do estado, comentou que não podemos mais ignorar a nova realidade e destacou a urgência de ações para impedir que tragédias assim se repitam.
A legislação proposta limitará o número de armas de fogo que uma pessoa pode possuir a quatro, ou até dez para casos especiais como agricultores. Ele também permitirá a proibição de manifestações por até três meses após incidentes terroristas.
Os acusados
Um dos atiradores, Sajid Akram, de 50 anos e natural da Índia, foi morto pela polícia durante o ataque. Ele havia entrado na Austrália em 1998 com visto válido.
Seu filho, Naveed, de 24 anos e cidadão australiano, foi transferido do hospital para a prisão na segunda-feira. Ele está sob acusação formal por terrorismo e pela morte de 15 pessoas.


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