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Ativistas protestam contra reintegração do Parque Augusta

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Quatro ativistas que resistiam à reintegração de posse no Parque Augusta, na região central de São Paulo, desceram de uma Figueira centenária por volta das 9h30 desta quarta-feira (9) e o protesto contra a decisão da Justiça de removê-los do local terminou.

O ato realizado por manifestantes que ocupavam o parque desde o dia 17 de janeiro começou na madrugada desta quarta para tentar evitar a reintegração de posse. Durante o ato, eles cantaram, dançaram, exibiram cartazes e mudas de plantas.

Agora, o terreno deve ser entregue às empresas Cyrella e Setin, donas dos lotes, que estão autorizadas a construir prédios na área com a obrigação de manter edificações remanescentes do antigo colégio Des Oiseaux e preservar a área verde.

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Segundo os ativistas, o grupo não “ocupava” o parque, mas fazia “vigília”. Por volta das 9h, cerca de 200 pessoas decidiram deixar a região da Augusta e caminhar até a Prefeitura para continuar o ato e conversar com o prefeito Fernando Haddad. A assessoria de imprensa da Prefeitura, no entanto, afirmou que ele tem outra agenda prevista para esta quarta.

O vereador Toninho Vespoli (PSOL) acompanhou a fase final da desocupação do parque e disse que foi “tudo tranquilo”.

“Eles queriam que o Haddad fosse até lá. Eles reivindicam que uma passagem que fica dentro do parque permaneça aberta. Além da transformação do espaço em parque, eles também querem autorização para continuar regando as árvores porque os proprietários não estão fazendo isso”, contou. Durante o período em que permaneceram no parque, os ativistas plantaram mudas.

O Parque Augusta é uma área com 24 mil metros quadrados localizada entre as ruas Caio Prado, Augusta, Consolação e Marquês de Paranaguá. São dois terrenos particulares, de 16.100 m2 e de 7.600 m2 e grupo luta há 40 anos para que o município adquira área.

Em 23 de dezembro de 2013, o prefeito Fernando Haddad (PT) sancionou a lei 15.941, que autoriza a Prefeitura a criar o Parque Municipal Augusta, mas faltam recursos.

Em 27 de janeiro de 2015, o  Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) aprovou projeto para construção de prédios na área pelas empresas Cyrela e Setin.

Pelo projeto, os prédios residenciais, comerciais e um hotel vão ocupar 33% da área. O restante será o parque. A construtora terá que fazer toda a estrutura, preservar a área verde e restaurar as construções antigas.

“A autorização do Conpresp prevê o atendimento à resolução que protege a área e que garante, principalmente, a observância da escritura e a fruição pública do parque”, afirmou Nadia Somekh, presidente do Conpresp.

Histórico
Até a década de 70, funcionava o tradicional colégio francês Des Oiseaux, que mais tarde foi demolido. Em 1986, ficou definido na escritura que o espaço deveria abrigar um “conjunto turístico” sem destruir a vegetação”. Em 2004, o bosque, com espécies remanescentes da Mata Atlântica, e as ruínas do colégio foram tombados pelo município. Os moradores da região sempre pediram que o local virasse um parque.

 Fonte: G1

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