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Auditor da Ultrafarma é preso por esquema de propina e viagens suspeitas

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) solicitou a prisão do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto após descobrir diversas viagens feitas por ele a paraísos fiscais como Suíça e Emirados Árabes Unidos. Esses deslocamentos levantaram suspeitas de que o servidor possui recursos financeiros no exterior e poderia tentar fugir do país.
Artur Gomes da Silva Neto foi detido em 12 de agosto, acusado de receber mais de R$ 1 bilhão em propinas num esquema que beneficiava empresas como Ultrafarma e Fast Shop quanto ao pagamento de dívidas tributárias. Entre 2023 e 2025, o patrimônio da mãe do auditor, que estaria envolvida como laranja, cresceu de R$ 411 mil para R$ 2 bilhões.
Apesar do alto valor declarado, o auditor enfrentou bloqueios judiciais recentemente devido a uma dívida condominial de R$ 13,5 mil referente a parcelas em atraso desde 2023 no Condomínio Residencial Vanguard Ipiranga, localizado na Avenida Ipiranga, São Paulo.
Os promotores estranharam essa dívida, pois Neto levava uma vida discreta no Brasil, não revelando seus bens declarados por meio da conta de sua mãe.
Suspeita de fuga
Especialistas do Gedec, grupo do MPSP que investiga lavagem de dinheiro, apontam que as diversas viagens de Artur Gomes da Silva Neto à Suíça, Emirados Árabes e Uruguai reforçam a possibilidade de que ele detenha ativos no exterior.
Segundo eles, existe grande probabilidade de Neto possuir recursos financeiros fora do país, o que facilita uma possível fuga e dificulta o andamento das investigações, dada a capacidade de influenciar os processos a partir do exterior.
O MPSP não divulgou detalhes sobre o número ou a data das viagens realizadas pelo auditor.
Dívida condominial
Inicialmente, a dívida do condomínio era de R$ 5,8 mil por débitos entre outubro de 2022 e abril de 2023. Após tentativas frustradas de cobrança, em agosto de 2024, houve o bloqueio judicial de uma conta de Neto que continha R$ 8,4 mil, com apreensão de R$ 6,1 mil.
Posteriormente, a dívida aumentou para R$ 13,4 mil, incluindo honorários advocatícios e custos processuais, referente a débitos entre outubro de 2023 e abril de 2024.
Operação Ícaro
Na Operação Ícaro, conduzida pelo Gedec em 12 de agosto, seis pessoas foram presas, incluindo o dono da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e o executivo da Fast Shop, Mario Otávio Gomes.
Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em residências e sedes das empresas investigadas.
Conforme investigação, Artur Neto manipulava processos para facilitar a quitação de créditos tributários para as empresas, recebendo mensalmente propinas por meio de uma empresa registrada no nome de sua mãe.
Os envolvidos podem responder por crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro. As investigações continuam em curso.
Em comunicado, a Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) informou que abriu procedimento administrativo para apurar rigorosamente a conduta do servidor e solicitou oficialmente ao MPSP o compartilhamento das informações do caso.
A reportagem procurou representantes da Ultrafarma e Fast Shop. A Fast Shop declarou estar colaborando com as autoridades, enquanto a Ultrafarma não se manifestou até o momento. O espaço permanece aberto para comentários do senhor Artur Gomes da Silva Neto.

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